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    Ativista indígena é detida na COP16 e tem braço torcido por segurança da ONU: "Fiquei assustada"

    O protesto liderado por Txai Suruí repercutia os movimentos em Brasília contra a PEC 48, que propõe instituir o marco temporal das terras indígenas

    Txai Suruí na COP26, em Glasgow, na Escócia (Foto: ONU News)

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    247 – A ativista indígena Txai Suruí foi detida na quarta-feira (30) durante uma manifestação na COP16 da Biodiversidade da ONU, realizada em Cali. Segundo o UOL, o protesto liderado por Txai repercutia os movimentos em Brasília contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 48, que propõe instituir o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

    Durante o ato, seguranças da ONU interromperam o grupo, afirmando que a manifestação não poderia continuar. Txai relatou que, mesmo com o grupo agindo sem resistência, uma oficial da ONU a segurou pelo braço.

    "Ela me pegou pelo braço e minhas mãos estão pintadas com tinta, que simboliza nosso sangue. E ela falou: você me sujou. Aí torceu meu braço. Foi quando comecei a gritar por socorro. Fiquei assustada, não esperava", contou Txai, acrescentando que os crachás de credenciamento dela e de outros ativistas foram retirados pelos seguranças.

    Apesar de terem solicitado uma autorização prévia à ONU para a manifestação, os ativistas brasileiros não receberam resposta a tempo e decidiram prosseguir com o ato mesmo assim.

    A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou a ação dos seguranças da ONU como “desproporcional” e manifestou preocupação com as futuras conferências.

    “Nós obviamente tomamos esse episódio como um sinal para que tenhamos todos os cuidados, porque vamos ter uma COP em Belém com centenas de milhares de populações indígenas e de outros movimentos fazendo manifestações”, disse a ministra.

    A delegação brasileira acabou intercedendo em favor dos ativistas, recuperando os credenciamentos e recebendo um pedido de desculpas do secretariado da COP.

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