Banqueiros que financiaram Musk na compra do X esperam recuperar o prejuízo após a vitória de Trump
Bilionário de extrema-direita passou a ter ascendência sobre o governo dos Estados Unidos
247 – Um novo capítulo na trajetória de Elon Musk e sua rede social X (anteriormente conhecida como Twitter) gerou expectativas em Wall Street. Conforme reportado pela Reuters, bancos que apoiaram a compra de US$ 44 bilhões da plataforma pelo bilionário em 2022 agora aguardam a possibilidade de recuperar parte dos US$ 13 bilhões em dívidas associadas à transação. Essa esperança se fortalece com o crescimento do papel político de Musk, que se tornou um aliado próximo do presidente eleito Donald Trump.
A expectativa de instituições como Morgan Stanley e Bank of America é que a ascensão política de Musk e sua relação com Trump possam revitalizar os negócios da X, permitindo que os bancos vendam a dívida sem grandes prejuízos. Essa possibilidade surgiu especialmente após Musk ser nomeado chefe de um novo departamento governamental focado em eficiência, o que pode beneficiar suas várias empresas, de Tesla a SpaceX. "A vitória de Trump, impulsionada pela sua colaboração com Musk, tem gerado especulações sobre a recuperação do valor da dívida associada à plataforma", afirmaram fontes ligadas ao setor bancário.
Desafios enfrentados pelo X desde a compra por Musk
Desde a aquisição do X, as decisões de Musk, como a redução drástica do número de moderadores e a reativação de contas controversas, incluindo a de Trump, geraram impactos significativos. O fluxo de usuários na plataforma aumentou durante eventos de grande visibilidade, como as eleições nos Estados Unidos, mas a instabilidade do modelo de negócios afastou anunciantes, afetando as receitas e elevando o risco de inadimplência.
Relatórios recentes indicam que, no dia das eleições, o tráfego da X atingiu seu pico anual com 42,3 milhões de visitas, subindo para 46,5 milhões no dia seguinte. Contudo, esse movimento não se manteve, e a Similarweb registrou que 115 mil usuários desativaram suas contas em 6 de novembro, o maior índice de cancelamento desde a aquisição da plataforma.
Aposta dos bancos e perspectivas futuras
Embora a ligação com Trump possa atrair um público fiel e reativar as receitas de X, há incertezas sobre o efeito a longo prazo. Novas plataformas como Bluesky e Threads, da Meta, têm se beneficiado da migração de usuários descontentes com as mudanças implementadas por Musk. A expectativa é que a empresa apresente suas finanças aos credores em breve, o que poderá determinar a estratégia dos bancos em relação à dívida.
Alguns membros do consórcio de credores, como Barclays e BNP Paribas, já se manifestaram com reservas em relação ao potencial de valorização da X. A dívida tem sido reavaliada de acordo com as projeções de mercado e o desempenho da plataforma. Segundo fontes próximas, um dos credores já provisionou perdas totais, marcando semanalmente o valor da dívida como precaução.
Musk ainda tem pela frente o desafio de converter sua ascensão política em benefícios econômicos tangíveis para suas empresas, enquanto os bancos aguardam para decidir o melhor momento para se desfazer da dívida.
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