Bombardeios israelenses provocam "catástrofe" em Gaza, diz Unicef. Palestinos não têm água e podem morrer de desidratação
Faixa de Gaza se tornou um “cemitério de crianças”, diz o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)
247 - Nesta terça-feira (31), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiram um alerta sobre a situação crítica em Gaza, destacando a iminente catástrofe de saúde pública devido à falta de água potável, destacou o G1. A interrupção do fornecimento de água ao sul de Gaza na segunda-feira (30), por razões desconhecidas, agravou a já precária situação humanitária na região.
A OMS afirmou que Gaza enfrenta uma "catástrofe iminente de saúde pública", não apenas devido aos bombardeios em curso, mas também devido aos deslocamentos em massa, à superlotação de hospitais e aos danos às infraestruturas de saneamento.
O Unicef alertou que mais de 2 milhões de pessoas em Gaza serão afetadas pela falta de água potável, aumentando significativamente o risco de mortes por desidratação. Catherine Russel, diretora executiva do Unicef, enfatizou que a falta de água potável e saneamento seguro está à beira de se tornar uma catástrofe, podendo resultar em doenças transmitidas pela água e mortes, especialmente entre crianças.
A situação é agravada pela infraestrutura de abastecimento de água em Gaza, com 55% dela necessitando de reparação urgente. Apenas uma estação de dessalinização está operando, funcionando a apenas 5% de sua capacidade, enquanto outras estações de tratamento de águas residuais estão inoperantes devido à falta de combustível ou energia.
A OMS e o Unicef pediram o fornecimento urgente de combustível para permitir o funcionamento de uma usina de dessalinização. No entanto, Israel bloqueou a Faixa de Gaza e recusou-se a permitir o fornecimento de combustível, alegando preocupações com o seu uso pelo Hamas para fins militares.
Além das preocupações físicas, o Unicef também destacou os impactos na saúde mental das crianças, que enfrentam estresse tóxico devido à violência contínua, interferindo em seu desenvolvimento físico e cognitivo.
“Nossos temores mais graves sobre o número relatado de crianças mortas [em Gaza] se tornando dezenas, depois centenas e, finalmente, milhares, foram concretizados em apenas duas semanas”, disse o porta-voz da Unicef, citando os números divulgados pelo Ministério da Saúde local. “Gaza tornou-se um cemitério para milhares de crianças. É um inferno”, enfatizou.
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