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    Brasil com Lula vai priorizar relações com América do Sul, África e Brics, dizem analistas

    Tendência é reconstruir a imagem do Brasil

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    Sputnik - A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste domingo (30) deve promover uma guinada na política externa brasileira e pode reaproximar o Brasil dos países da América Latina e abrir caminho para a retomada do protagonismo brasileiro em assuntos ambientais, segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil.

    Mesmo antes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cravar a vitória definitiva de Lula sobre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), lideranças latino-americanas já celebravam a dianteira do petista na apuração após o instituto Datafolha projetar que o cômputo terminaria com uma recondução do petista ao Palácio do Planalto.

    O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, estão entre os que se anteciparam e comemoraram logo após Lula tomar a frente na apuração. Posteriormente, presidentes de México, Chile, Bolívia, Cuba, Venezuela começaram a celebrar o triunfo do presidente eleito.

    O respaldo internacional de Lula ficou evidente com o pronto reconhecimento por lideranças da região e de países como China, França, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Espanha.

    Em seu primeiro discurso após a vitória, Lula falou sobre seus planos para a política externa brasileira.

    "O mundo sente saudades do Brasil. Aquele país soberano que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos e que, ao mesmo tempo, contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres. O Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, que trabalhou pela integração da América Latina, da América do Sul e do Caribe, que fortaleceu o Mercosul e ajudou a criar o G20, a Unasul, a CELAC e o BRICS. Hoje, nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta, que o Brasil é grande demais para ser relegado ao triste papel de pária do mundo".

    O foco na América Latina e nos processos de integração regional fica evidente no discurso de Lula. Para Ana Garcia, professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e diretora do BRICS Policy Center, esse será o ponto central da agenda do novo governo.

    "Esse mandato Lula vai ser uma reconstituição da integração regional, não tenho nenhuma dúvida disso", aponta Garcia.

    "O Brasil vai agora, com o Lula assumindo o poder, se virar à integração regional. Então, agora, a probabilidade maior é o Brasil entrar em relação mais incisivas com o Mercosul, em primeiro lugar, e com os demais países da América do Sul, em segundo lugar. A África vai ficar em terceiro lugar", explicou a especialista.

    Para Garcia, a prioridade dada ao BRICS vem logo na sequência. "O BRICS vem depois, com uma agenda muito forte de reconstrução da relação com a China", diz a professora da PUC-Rio, que acredita que o Brasil tem potencial de se colocar como mediador do conflito entre Ucrânia e Rússia a partir da articulação do BRICS.

    Garcia, inclusive, descarta em parte a tese de isolamento internacional do Brasil com Bolsonaro, destacando que relação com o BRICS não foi abalada no período. A pesquisadora, no entanto, reconhece que houve uma perda de protagonismo em algumas agendas, principalmente a ambiental.

    "Lula vai poder — e a tendência é essa — reconstruir a imagem do Brasil na agenda do meio ambiente internacional, particularmente nas negociações internacionais de clima. Lula vai ter uma capacidade de retomar essa agenda muito maior." 

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