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    Brasil e BRICS são destaque em fórum sobre o Sul Global em Pequim: "podem tornar o mundo mais pacífico e próspero"

    Independência brasileira nas relações externas foi reconhecida como triunfo para o país assumir papel de liderança entre outras nações em desenvolvimento

    Fórum de Think Tanks do Sul Global, em Pequim, China (Foto: Guilherme Paladino/Brasil247)

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    Por Guilherme Paladino, de Pequim, para o 247 – O peso geopolítico do Brasil foi destaque em um fórum sobre o Sul Global ocorrido nesta quarta-feira (16) em Pequim, na China. Durante o evento, no qual o Brasil 247 esteve presente, diretores universitários chineses e representantes de think tanks de diferentes países discutiram estratégias de paz, desenvolvimento e segurança para as nações historicamente excluídas dos polos de hegemonia mundial e mencionaram o papel de liderança brasileiro como o de um país “independente em sua política externa” e que pode assumir um papel chave “por um mundo mais pacífico”.  

    Para o professor Wang Dong, diretor-executivo do Instituto para a Cooperação e o Entendimento Global da Universidade de Pequim, “o Brasil é um dos parceiros mais importantes da China em muitos esforços conjuntos” e “ainda existem várias coisas que ambos podem fazer juntos”. O especialista disse crer que, dada a influência dos dois países, a prioridade deveria ser “trabalhar juntos para tornar o BRICS mais eficaz como plataforma que realmente represente as vozes, interesses e prioridades dos países do Sul Global”. 

    “Se conseguirmos fazer isso, acredito que, juntos com o Sul Global, poderemos tornar o mundo em que vivemos agora mais pacífico e próspero”, avaliou.

    Diretores de institutos universitários e representantes de think tanks se reúnem para discutir o Sul Global em fórum realizado em Pequim
    Diretores de institutos universitários e representantes de think tanks se reúnem para discutir o Sul Global em fórum realizado em Pequim(Photo: Guilherme Paladino/Brasil 247)Guilherme Paladino/Brasil 247

    A fala de Dong ocorreu na sequência de uma análise feita pela especialista brasileira Larissa Walchholz, sócia-fundadora do IRELGOV (Instituto de Relações Governamentais) e senior fellow de Ásia do CEBRI (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), que afirmou que o grande triunfo do Brasil está em sua independência na política externa: “o Brasil consegue adotar uma posição em diferentes fóruns internacionais que não segue necessariamente apenas um ator ou outro, e isso é muito respeitado e valorizado pela China”.

    “A China e o Brasil assinaram um acordo de parceria estratégica há alguns anos, e acredito que a China continuará a ter o Brasil como um de seus principais parceiros no mundo em desenvolvimento, não apenas pensando na América Latina”, acrescentou Larissa, que também é diretora da Vallya Investimentos.

    PREPARAÇÃO PARA A CÚPULA DOS BRICS - O Fórum de Think Tanks do Sul Global foi organizado pela Rede de Televisão Global da China (CGTN), com apoio do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China e o Grupo de Mídia da China, para “discutir temas críticos e fomentar o diálogo sobre a construção de um futuro mais seguro e próspero” antes da Cúpula dos BRICS deste ano, a ser realizada em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 deste mês.

    Com a presença de jornalistas de cerca de 90 países na cobertura do evento, o fórum foi resultado da união de 44 think tanks de países do Sul Global e teve como objetivo final lançar a ‘Iniciativa para Construir Conjuntamente um Mundo Próspero com Futuro Compartilhado’. O documento desenha 3 grandes metas: “unir forças para o desenvolvimento comum e promover a modernização nos países do Sul Global”; “promover a paz e a segurança, defender a equidade e a justiça, e ser verdadeiros defensores do multilateralismo”; e, por fim, “todos por um: construir uma comunidade com um futuro compartilhado de paz, segurança, prosperidade e progresso para a humanidade”.

    Além do professor Dong e Larissa, também debateram Grzegorz W. Kolodko, ex-vice-primeiro-ministro da Polônia e diretor do think tank TIGER, da Universidade Kozminski; Anna Malindog-Uy, vice-presidente do Instituto de Estudos Estratégicos das Filipinas do Século Asiático; Yoro Diallo, diretor-executivo do Centro de Estudos Francófonos e diretor do Museu Africano da Universidade Normal de Zhejiang; e Wang Wen, decano executivo do Instituto de Chongyang para Estudos Financeiros, da Universidade Renmin da China. A mediação ficou por conta da âncora da CGTN Liu Xin.

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