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    China dá sinal verde a reator nuclear que queima tório; combustível poderia suprir o País por 20 mil anos

    Os reatores de tório são um tipo de tecnologia nuclear avançada que usa combustíveis líquidos

    (Foto: REUTERS/Tingshu Wang)

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    247 - A agência chinesa responsável pela segurança nuclear emitiu no início deste mês uma licença de operação para o primeiro reator de tório do País, representando um marco importante na busca por tecnologias nucleares avançadas, informou o South China Morning Post. A China não é o primeiro país a construir um reator de tório, mas nenhuma tentativa anterior foi além do estágio experimental.

    O reator em questão é um reator de sal fundido de tório com capacidade de dois megawatts e utiliza combustível líquido. Ele está localizado na cidade de Wuwei, na província de Gansu, no Deserto de Gobi, e é operado pelo Instituto de Física Aplicada da Academia Chinesa de Ciências de Xangai. A licença, emitida em 7 de junho pela Administração Nacional de Segurança Nuclear, permite que o instituto opere o reator pelos próximos 10 anos, iniciando com testes de operação. A licença estabelece que o instituto é responsável pela segurança do reator e deve cumprir todas as leis, regulamentos e padrões técnicos aplicáveis.

    Os reatores de tório são um tipo de tecnologia nuclear avançada que usa combustíveis líquidos, normalmente sais fundidos, como combustível e resfriador. Eles oferecem várias vantagens potenciais em relação aos reatores de urânio tradicionais, incluindo maior segurança, redução de desperdício e maior eficiência de combustível. O tório também é um recurso mais abundante em comparação com o urânio, e a China possui reservas significativas de tório.

    O projeto foi lançado em 2011, mas a construção só começou em 2018. Inicialmente, estimava-se que a construção do reator levaria seis anos, porém, cientistas e engenheiros conseguiram concluir o trabalho em aproximadamente três anos, uma vez que o progresso ocorreu de forma mais tranquila do que o previsto. De acordo com a licença, as autoridades ambientais levaram mais de dois anos para confirmar que a instalação estava em conformidade com os mais rigorosos padrões de segurança.

    A utilização de reatores de sais fundidos oferece uma transferência de calor mais eficiente, eliminando a necessidade de grandes volumes de água. Isso se torna uma vantagem significativa em regiões onde os recursos hídricos são escassos. Ao adotar reatores de tório do tipo MSR, a China tem a possibilidade de estabelecer usinas nucleares em cidades localizadas longe das áreas costeiras. Essa abordagem poderia contribuir para diversificar a matriz energética do país, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e atender à crescente demanda de energia nas regiões do interior.

    Tais reatores também podem fornecer um ponto de entrada nuclear para países ou regiões com demandas menores de energia ou infraestrutura de rede limitada. Sua menor capacidade e natureza modular os tornam mais acessíveis e financeiramente viáveis ​​para esses mercados.

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