China reage à saída do Panamá da Iniciativa do Cinturão e Rota

247 - O governo chinês manifestou forte descontentamento com a decisão do Panamá de não renovar sua participação na Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês). Segundo a agência de notícias Xinhua, Pequim apresentou uma representação formal ao país centro-americano, criticando a influência de “fatores externos” na decisão.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a cooperação dentro da BRI trouxe benefícios concretos para ambas as nações e expressou oposição a qualquer tentativa de interferência de terceiros, em uma referência implícita aos Estados Unidos. A diplomacia chinesa pediu que o Panamá preserve os interesses de longo prazo da relação bilateral e continue promovendo a cooperação econômica entre os dois países.

O Panamá foi o primeiro país da América Central a aderir à BRI em 2017, após estabelecer relações diplomáticas com a China e romper com Taiwan. Desde então, empresas chinesas investiram em projetos estratégicos no país, incluindo portos, infraestrutura rodoviária e expansões no setor energético. No entanto, sob o governo do presidente José Raúl Mulino, a política externa panamenha tem se aproximado dos interesses de Washington, o que teria influenciado a saída da iniciativa chinesa.

A decisão do Panamá reflete um movimento mais amplo na América Latina, onde países avaliam seu grau de envolvimento com a China em meio às pressões geopolíticas. Pequim, por sua vez, reafirma sua disposição de fortalecer parcerias comerciais e diplomáticas na região, mesmo diante de desafios impostos pela rivalidade global com os Estados Unidos.