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    China rebate declaração de Bolsonaro e diz se opor a qualquer tentativa de politizar o vírus

    Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, o coronavírus é um inimigo comum da humanidade. Ele também reforçou que é preciso uma união entre os países para atingir a vitória, rápida e completa contra a pandemia

    Juca Simonard avatar
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    247 - O governo chinês reagiu aos recentes ataques de Jair Bolsonaro, que acusou a China durante evento realizado no Palácio do Planalto na quarta-feira, 5. Ele insinuou que o novo coronavírus teria sido criado pela China em laboratório para uso em uma “guerra química”.

    “É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, disse.

    O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em Pequim, rebateu a afirmação e se opôs a qualquer tentativa de politizar o vírus. Segundo o porta-voz chinês o coronavírus é um inimigo comum da humanidade. Ele também reforçou que é preciso uma união entre os países para atingir a vitória, rápida e completa contra a pandemia.

    Reação aos ataques de Bolsonaro

    Após os ataques, o deputado federal Fausto Pinato (PP), cujo partido compõe a base do governo federal no Congresso, pediu a interdição de Jair Bolsonaro. Em nota, Pinato afirma estar “preocupado sobre um possível desvio de personalidade da maior autoridade do Brasil”.

    “A meu ver, não se trata de uma pessoa irresponsável, desequilibrada e sem noção de mundo. Na verdade, pode tratar-se de uma grave doença mental que faz nosso presidente confundir realidade com ficção”, destaca o deputado.

    “Penso que estamos diante de um caso em que recomenda-se a interdição civil para tratamento médico”, conclui.

    Em depoimento na CPI da Covid no Senado nesta quinta-feira, 6, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, desmentiu Bolsonaro. Questionado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) se existe algum indício da acusação do presidente, o ministro disse que desconhece "indícios de guerra química vinda da China".

    Ele também afirmou que as relações com o embaixador em Brasília, Yang Wanming, são "excelentes" e que as declarações não as afetam. 

    Queiroga disse, ainda, que Bolsonaro não se referia à China. O senador rebateu, dizendo que ele é um homem inteligente e que, evidentemente, Bolsonaro se referia ao país asiático.

    As declarações de Bolsonaro podem acabar prejudicando a vinda de insumos chineses para a produção da vacina CoronaVac contra a Covid-19. Por isso, o Instituto Butantan, que produz o imunizante no Brasil, acompanhou estarrecido as novas agressões.

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