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    Conflitos regionais e reparação histórica dominaram a agenda da cúpula da União Africana

    Nova liderança da União Africana também promete promover a unidade do continente e seu avanço socioeconômico

    Sede da União Africana em Adis Abeba, Etiópia - 12/02/2025 (Foto: Xinhua)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - O presidente angolano, João Lourenço, assumiu no sábado (15) a presidência rotativa da União Africana (UA) na abertura da 38ª Sessão Ordinária da Assembleia da UA de Chefes de Estado e de Governo em Addis Abeba, capital da Etiópia. Lourenço substituiu o presidente cessante da UA, o mauritano Mohamed Ould Cheikh Ghazouani, que esteve à frente do bloco continental desde fevereiro do ano passado.

    No discurso de aceitação, Lourenço reafirmou sua determinação de acelerar as aspirações do bloco pan-africano, promovendo unidade e avanço socioeconômico.

    “A minha visão, sobre o que é essencial tendo em conta o futuro, é pôr fim aos conflitos em África, enfrentar os desafios das mudanças inconstitucionais de governo, o terrorismo e outros desafios relacionados com desastres naturais resultantes das alterações climáticas, bem como doenças e ameaças à saúde pública que nos estão a chamar a unir esforços na procura de soluções coletivas”, declarou.

    A cúpula, que teve duração de cinco dias, foi realizada sob o tema da UA para 2025: "Justiça para Africanos e Pessoas de Ascendência Africana Através de Reparações".

    O evento serviu de palco para discussões cruciais sobre paz e segurança regional, em meio à retomada de conflitos militares.

    Durante o evento, o grupo armado Movimento 23 de Março (M23) anunciou que seus combatentes entraram em Bukavu, capital da província de Kivu do Sul, no leste da República Democrática do Congo (RDC).

    Com a intensificação do conflito, líderes regionais aproveitaram a cúpula da UA para tentar evitar que a crise se transformasse em uma guerra regional mais ampla.

    O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou para a escalada do conflito na RDC e outros desafios de segurança no continente.

    "Os combates que estão a ocorrer em Kivu do Sul -- como resultado da continuação da ofensiva do M23 -- ameaçam empurrar toda a região para o precipício", disse Guterres.

    Ele também destacou a crise no Sudão, descrevendo-a como "a maior crise de deslocamento e fome em curso no mundo".

    Paralelamente à cúpula, uma reunião de alto nível discutiu o avanço da justiça reparadora para africanos e seus descendentes, bem como o desenvolvimento econômico e o crescente papel da África no cenário global.

    O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, apelou à unidade e à resiliência para superar as injustiças históricas pelas quais o povo africano passou durante o período colonial.

    "A demanda por reparações não é sobre caridade ou ajuda financeira; é um chamado por justiça. Busca restaurar a dignidade de milhões e curar as profundas cicatrizes da pobreza, desigualdade e discriminação", disse Abiy.

    Ele afirmou que a África se encontra em uma encruzilhada de incerteza e oportunidade, exigindo determinação coletiva, resiliência e unidade para superar as injustiças históricas que impediram o progresso do continente.

    O ministro das Relações Exteriores de Gana, Samuel Okudzeto Ablakwa, enfatizou a importância de dedicar 2025 à causa, classificando-a como "um marco significativo na busca coletiva por justiça e equidade".

    Ele defendeu medidas concretas para reparar as injustiças históricas que ainda impactam economicamente e socialmente as populações africanas.

    Em uma nota conceitual, a UA declarou que os legados do colonialismo, da escravidão transatlântica, do apartheid e da discriminação racial sistêmica deixaram cicatrizes socioeconômicas, culturais e psicológicas no povo africano. (Com informações da Xinhua).

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