Congo democrático promete reconquistar cidades capturadas por grupo armado; risco de nova guerra regional cresce
Grupo armado M23 foi acusado por especialistas da ONU de receber apoio de Ruanda
247 – O governo da República Democrática do Congo prometeu, na última semana, retomar os territórios recentemente capturados pelo grupo armado M23 e voltou a acusar o governo do presidente de Ruanda, Paul Kagame, de apoiar a milícia.
Nas últimas semanas, os combatentes do M23 avançaram em direção à cidade de Goma, capital da província de Quivu do Norte, no leste do país, capturando localidades estratégicas na região de Masisi. Esse avanço resultou no deslocamento de dezenas de milhares de pessoas e uma crise humanitária que pode se agravar, segundo ativistas no local.
Enquanto os confrontos entre o exército congolês e os militantes do M23 têm se intensificado, desde o início do ano, mais de 100 mil pessoas já foram forçadas a abandonar suas casas devido à ofensiva do grupo armado, de acordo com dados divulgados pela ONU.
Ruanda nega qualquer envolvimento com o M23, um movimento que tem conquistado áreas ricas em minerais e essenciais para rotas comerciais. Kagame acusou, na última semana, a RDC de apoiar as Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), um grupo armado atuante no território congolês composto majoritariamente por membros de uma etnia rival. Entre seus integrantes estão extremistas hutu responsáveis pelo genocídio de 1994 contra a população tutsi, etnia de Kagame.
No entanto, um relatório de especialistas da ONU enviado ao Conselho de Segurança, datado do final de dezembro passado, reforçou as suspeitas congolesas, apontando que Ruanda estaria se beneficiando da exploração ilegal de minerais comercializados de forma fraudulenta a partir das regiões dominadas pelo M23. Acusações semelhantes são direcionadas à FDLR, pela mídia internacional.
O presidente de Angola, João Lourenço, tentou em dezembro mediar o diálogo entre o presidente congolês, Félix Tshisekedi, e Kagame para reduzir as tensões, mas as negociações chegaram a um impasse e o encontro não ocorreu, agravando os temores de uma possível reativação do conflito entre os países.
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