Congresso dos EUA avança em projeto para obrigar venda do TikTok por dona chinesa
Novo texto dará à ByteDance um ano para vender seu aplicativo de vídeos curtos. O projeto anterior, aprovado pela Câmara dos Deputados no mês passado, daria apenas seis meses
WASHINGTON (Reuters) - Uma mobilização para forçar a empresa chinesa dona do TikTok, a ByteDance, a vender o aplicativo de rede social ou ser banida dos Estados Unidos ganhou força nesta quinta-feira no Congresso norte-americano, com a Câmara dos Deputados marcando a votação para sábado e uma senadora democrata mostrando apoio público à proposta.
Controlada pelos republicanos, a Câmara dos Deputados incluiu a medida em um pacote legislativo de 95 bilhões de dólares de ajuda a aliados, incluindo a Ucrânia e Israel, um grande avanço em uma pauta defendida há meses pelo governo.
O novo texto, que dará à ByteDance um ano para vender seu aplicativo de vídeos curtos, ganhou o apoio de Maria Cantwell, presidente da Comissão de Comércio do Senado, o que aumenta muito suas chances de aprovação.
Projeto anterior, aprovado pela Câmara dos Deputados no mês passado com forte apoio bipartidário, daria à ByteDance apenas seis meses para a venda.
Muitos congressistas e o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, acusam o TikTok de oferecer riscos à segurança nacional pelo fato de a China poder exigir da companhia o compartilhamento de dados dos seus 170 milhões de usuários norte-americanos, embora a empresa afirme que nunca compartilhou dados dos EUA, nem nunca o fará.
"Estou muito feliz que o presidente Johnson e os líderes da Câmara incorporaram minha recomendação de estender o período de desinvestimento da Byte Dance de seis meses para um ano", afirmou Cantwell em comunicado.
"A extensão do período de desinvestimento é necessária para assegurar que haja tempo o suficiente para que um novo comprador feche um acordo. Eu apoio esse projeto atualizado."
Em comunicado, um porta-voz do TikTok afirmou que é "triste que a Câmara dos Deputados esteja usando um disfarce de uma importante assistência externa e humanitária" para aprovar o projeto.
A empresa disse que os limites ao aplicativo violariam o direito dos usuários norte-americanos à liberdade de expressão, protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, e afetariam 7 milhões de empresas que, segundo ela, usam o aplicativo no país.
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