Correspondente da Al Jazeera em Gaza relata uso de bombas de fósforo branco por Israel

247 - Wael Dahdouh, correspondente da agência de notícias Al Jazeera na Faixa de Gaza, relatou nesta segunda-feira (30) o uso de fósforo branco por Israel para atacar casas de civis.

A bomba de fósforo branco é uma arma incendiária, que explode quando entra em contato com o oxigênio presente no ar. Ela causa uma chama intensa e brilhante, e seu objetivo principal não é matar. Este tipo de armamento, segundo o g1, é usado por militares de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, muitas vezes para iluminar alvos. Outro uso da substância é criar cortinas de gás para esconder tropas e permitir que elas recuem sem serem vistas. Uma vez aceso, o fósforo branco é extremamente difícil de apagar. Ele se adere a superfícies como pele e roupas.

A substância pode causar queimaduras gravíssimas, chegando até os ossos ou até mesmo ultrapassando-os. "As armas incendiárias causam queimaduras devastadoras, e de maneiras muito piores do que qualquer escaldadura padrão ou queimaduras de fogo", disse à reportagem o Dr. Rola Hallam, médico que tratou vítimas desse tipo de armas na Síria, em um relatório da Human Rights Watch.

O fósforo branco, quando entra na corrente sanguínea, pode envenenar os rins, fígado e coração, causando falência múltipla de órgãos. A fumaça liberada pela bomba também pode danificar o sistema respiratório. "Eles podem queimar tudo. Se eles podem queimar metal, que esperança tem a carne humana?", provoca Hallam.

O uso do fósforo branco não é internacionalmente proibido pela ONU, exceto quando se trata de seu emprego em bombas e munições. No entanto, como arma explosiva ou munição, o fósforo branco teve seu início de uso durante a Primeira Guerra Mundial, com destaque para sua utilização pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos. Posteriormente, em 1997, entrou em vigor a Convenção sobre Armas Químicas (CWC) da ONU, que proibiu o uso do fósforo branco em conflitos armados.