Criada nos EUA nova aliança de movimentos para defender o fim do bloqueio a Cuba
Integrantes de organizações progressistas nos Estados Unidos formaram uma nova coalizão, com o objetivo de defender o levantamento do bloqueio que aquele país mantém há quase 60 anos contra Cuba
247 - Foi criada nos Estados Unidos a Aliança pelo Engajamento e Respeito a Cuba, uma iniciativa surgida da indignação com a decisão do governo Donald Trump de endurecer as sanções contra o país caribenho em meio à pandemia de Covid-19.
O fato foi explicado à agência cubana Prensa Latina por uma das fundadoras da aliança, Medea Benjamin, que sustentou já serem as punições das administrações norte-americanas a Cuba suficientemente ruins em tempos normais, “mas agora são simplesmente más e cruéis”, informa o site Cuba Hoje.
Benjamin, que é cofundadora da organização feminista e pacifista Codepink, acrescentou, em declarações por e-mail, que também há indignação com o fato de o Congresso dos Estados Unidos não fazer nada para impedir isso.
“Claro, há pessoas no Congresso que se opõem à política de Trump e querem voltar à abertura iniciada com o presidente Obama, mas estão dispostas a colocar a política eleitoral na Flórida acima da vida do povo cubano”, considerou.
A ativista acrescentou que o Partido Democrata quer que o ex-vice-presidente Joe Biden vença na Flórida e também quer conquistar as cadeiras do estado no Congresso, que estão sendo fortemente disputadas.
Nesse sentido, ela observou que os cubano-americanos mais velhos que se opõem a uma reaproximação com Cuba representam uma população em declínio, mas ainda têm enorme influência política em um estado onde poucos milhares de votos podem determinar o resultado.
A Aliança pelo Engajamento e Respeito a Cuba tentará mudar a equação. “Vamos mostrar que há um grande e determinado número de grupos norte-americanos totalmente contrários ao bloqueio e determinados a fazer algo a respeito”, disse Benjamin.
“Com nossos amigos no Capitólio”, garantiu ela, “apresentaremos continuamente projetos de lei, resoluções, emendas e cartas para tentar amenizar o cerco”.
Segundo a ativista, a aliança foi fundada por pessoas dos grupos Grêmio Nacional de Advogados, Codepink e Just Foreign Policy.
Ela destacou que, no total, mais de 130 organizações assinaram a primeira ação da aliança: apoiar duas emendas apresentadas no Congresso pelo representante democrata Bobby Rush, para aliviar as restrições a alimentos, remédios e remessas a Cuba.
Essas emendas foram posteriormente retiradas pelo próprio Rush, que explicou em um comunicado que, depois de analisá-las e conversar com seus colegas no Capitólio, ele determinou que era improvável que fossem aprovadas pelo Senado de maioria republicana ou assinadas por Trump.
“Penso que é melhor retirar estas emendas neste momento, pois buscamos ampliar nossa coalizão de apoio em torno deste tema”, acrescentou o legislador, e assegurou que seu compromisso de fortalecer as relações entre os Estados Unidos e Cuba ”continua sendo tão forte como sempre. ”
Em artigo sobre o assunto, a revista The National Interest apontou que a Aliança pelo Engajamento e Respeito a Cuba poderia ser exatamente aquela coalizão de apoio a que Rush se referiu em sua declaração.
Benjamin afirmou que está pedindo às 130 organizações que apoiaram a primeira ação da Acere que façam parte da aliança, “para que possamos trabalhar juntos continuamente”.
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