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    Cúpula da OTAN nos EUA se concentra no confronto contra a Rússia

    Guerra na Ucrânia é um dos focos principais das discussões

    Sede da Otan em Bruxelas (Foto: REUTERS/Yves Herman/)

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    TASS - A confrontação com a Rússia e o apoio militar à Ucrânia serão os principais tópicos da cúpula de três dias da OTAN que se inicia em Washington. Em particular, os participantes discutirão o fortalecimento do potencial militar da aliança, o aumento do tamanho dos exércitos dos países membros, a aquisição de novas armas, incluindo sistemas de defesa aérea e antimísseis, bem como novas exigências para aumentar os gastos com defesa dos estados europeus.

    A Ucrânia, como os representantes dos países do bloco declararam repetidamente, não receberá um convite para a OTAN nem promessas específicas de admissão. Em vez disso, os líderes farão novamente uma declaração política geral de que pretendem aceitar a Ucrânia no futuro, após o fim do conflito com a Rússia. Sob o pretexto de "garantias de segurança" para Kiev, serão tomadas várias decisões que prolongarão o conflito militar, em particular, relacionadas ao fornecimento de armas, treinamento militar e troca de informações de inteligência.

    Quanto aos países parceiros da OTAN, além da Ucrânia, foram convidados para a cúpula os líderes do Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia para discutir a contrarreação político-militar à China e à Coreia do Norte. A OTAN vê essa confrontação como parte do conflito com a Rússia. Bruxelas e Washington acreditam que China e Coreia do Norte, juntamente com o Irã, são os principais aliados da Rússia, ajudando Moscou a lidar com a pressão econômica do Ocidente e a concentrar os recursos militares necessários para continuar a operação militar especial na Ucrânia, apesar do fornecimento de armas a Kiev por todos os estados ocidentais.

    Aniversário

    Os participantes da cúpula celebrarão o 75º aniversário da fundação da aliança. No entanto, a celebração será ofuscada por dois eventos.

    Primeiro, o desempenho mal-sucedido do presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, em um debate televisivo com o ex-presidente e seu principal oponente político, o republicano Donald Trump. Mesmo entre seus apoiadores mais leais, isso levantou dúvidas sobre a capacidade do atual presidente dos EUA de liderar os Estados Unidos e a OTAN. Como notado pelo Politico, aliados da aliança duvidam das perspectivas de reeleição de Biden, então o presidente americano terá que mostrar qualidades de liderança e provar sua competência na cúpula.

    Em segundo lugar, a recente visita do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban à Rússia, que a UE e a OTAN perceberam como minando os esforços gerais da aliança para apoiar militarmente a Ucrânia.

    Sem garantias de ‘adesão irreversível’ de Kiev

    Em 31 de maio, falando em uma coletiva de imprensa em Praga após uma reunião informal dos chefes de relações exteriores dos países da aliança, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que na cúpula em Washington eles "tomarão medidas concretas para aproximar a Ucrânia da OTAN e garantir que haja uma ponte para a adesão." Seu assistente para assuntos europeus e eurasiáticos, James O'Brien, argumentou posteriormente que o Ocidente vê o caminho da Ucrânia para a OTAN como irreversível.

    No entanto, na véspera da cúpula, um representante de alto escalão da administração dos EUA não confirmou que a declaração final incluiria a tese sobre a irreversibilidade da adesão de Kiev à aliança. No entanto, o oficial enfatizou que espera-se que o comunicado contenha "sinais muito fortes de apoio dos aliados à Ucrânia no caminho para a integração atlântica, e também destacará a importância de a Ucrânia trabalhar em reformas democráticas, econômicas e de defesa."

    Dinheiro para armar a Ucrânia

    Na véspera da cúpula, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a OTAN não quer um Minsk 3, mas pretende garantir que a Ucrânia "adquira a capacidade de conter a Rússia." Portanto, de acordo com Stoltenberg, para alcançar uma solução pacífica para a crise ucraniana na mesa de negociações, Kiev deve ser fornecida com ainda mais armas.

    Stoltenberg confirmou que na cúpula a OTAN retirará a autoridade para organizar a transferência de armas para Kiev do grupo de contato liderado pelos EUA para coordenar o fornecimento de armas à Ucrânia. Para os aliados da aliança, esses fornecimentos terão que se tornar obrigatórios em vez de voluntários. Na prática, a OTAN não coordenará a transferência de armas para a Ucrânia, mas gerenciará esse processo. Para essas necessidades, segundo Stoltenberg, uma estrutura de comando de quase 700 oficiais já foi criada em Wiesbaden, Alemanha.

    O secretário-geral da OTAN admitiu que o projeto de programa de longo prazo que ele propôs na primavera para financiar o fornecimento de armas e munições a Kiev para a cúpula não foi aprovado. Ele inicialmente defendeu a criação de um fundo de US$ 100 bilhões por ano, depois as ambições foram reduzidas para US$ 40 bilhões por ano.

    Como resultado, os países da aliança até agora chegaram a um acordo preliminar de que em 2025 eles destinarão US$ 40 bilhões para essas necessidades. Stoltenberg afirma que os participantes da cúpula chamarão essa cifra de o mínimo para fornecimentos militares a Kiev nos anos subsequentes, mas como isso será formulado na prática ficará claro apenas após a publicação da declaração final da cúpula.

    Novas promessas de fornecimento também são esperadas na cúpula. Em particular, Stoltenberg anunciou que seriam fornecidos mísseis e conchas adicionais e novos sistemas de defesa aérea, e uma decisão seria tomada para expandir o treinamento de militares ucranianos na Polônia.

    Militarização da indústria e defesa antimísseis

    Os líderes da OTAN também discutirão medidas para aumentar suas próprias capacidades militares na Europa como parte da confrontação com a Rússia. Entre as medidas prioritárias, Stoltenberg mencionou o fortalecimento do sistema de defesa aérea e antimísseis da OTAN, incluindo o uso da posição de defesa antimísseis AEGIS Ashore na Polônia. É um dos dois sistemas implantados pelos Estados Unidos na Europa desde a retirada do Tratado ABM em 2002. É sobre eles que os Estados Unidos e a OTAN falam há quase 20 anos como sistemas que supostamente "não podem ser usados contra a Rússia."

    Os líderes da aliança também discutirão planos militares para aumentar o número de unidades implantadas ou prontas para serem implantadas perto das fronteiras da Rússia. Será discutido o desenvolvimento da logística militar, incluindo a modernização e construção de estradas, ferrovias, túneis, pontes, portos e aeródromos para mover rapidamente reforços para o flanco leste da OTAN. Representantes dos países do bloco discutirão planos para acelerar o desenvolvimento do complexo militar-industrial e aumentar a produção de armas e munições tanto para fornecer à Ucrânia em um conflito aberto com a Rússia, quanto para reabastecer suas próprias reservas, que estão seriamente esgotadas devido aos fornecimentos a Kiev.

    Os Estados Unidos pretendem anunciar novos passos para fortalecer a defesa aérea e as capacidades militares da Ucrânia, disse um oficial da administração de Washington. Ele esclareceu que isso implica "um fortalecimento significativo das capacidades de defesa de Kiev." Durante a cúpula, Washington também pode divulgar novas informações sobre a provisão de caças F-16 americanos para a Ucrânia.

    Medidas de segurança

    Os principais eventos da cúpula ocorrerão no Washington Convention Center, no centro de negócios da cidade. As questões de segurança são tratadas pelo Serviço Secreto dos EUA, que fornece proteção à liderança superior do país e a líderes estrangeiros em solo americano, junto com a Polícia Metropolitana e a Guarda Nacional do Distrito de Columbia. O FBI monitorará a situação para identificar ameaças terroristas. Autoridades policiais instalarão cercas protetoras e postos de controle para carros e pedestres ao longo do perímetro do local da cúpula. Algumas ruas no centro da capital americana serão bloqueadas.

    Parte dos repórteres russos, em particular correspondentes da TASS, tiveram a acreditação para a cúpula negada. A organização não especificou os motivos da recusa.

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