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    Declaração final da cúpula do Brics pode incluir temas como inteligência artificial, afirma Itamaraty

    Embaixador Eduardo Saboia destaca a importância da reforma da governança global e da ampliação do Conselho de Segurança da ONU

    (Foto: Brics / Divulgação)

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    247 – A declaração final da Cúpula dos BRICS, em Kazan, Rússia, deve abordar temas de relevância global, como a inteligência artificial e a reforma da governança mundial. O secretário para a Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Eduardo Paes Saboia, concedeu entrevista à Sputnik Brasil, onde apontou os principais tópicos em discussão. A cúpula, que ocorre de 22 a 24 de outubro, reúne líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos membros recentemente anunciados, como Egito, Etiópia e Irã.

    "A declaração ainda está sendo trabalhada e precisa ser aprovada. Estamos interessados em muitos temas, como a cooperação financeira, e novas áreas, como a inteligência artificial, que também estão sendo discutidas", declarou Saboia à Sputnik Brasil, enfatizando a complexidade de incluir novos temas no documento.

    O embaixador explicou que a cúpula promete produzir uma declaração extensa devido à ampliação do grupo, que agora conta com novos países e perspectivas. "Os países do BRICS discutiram muitos temas, desde o Oriente Médio até tecnologias da informação e comunicação e clima. Esta será a primeira declaração dos líderes com novos membros, o que leva mais tempo para consolidar", comentou.

    Outro ponto central para o Brasil, segundo Saboia, será a defesa da reforma da governança global, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras instituições multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). "Há um consenso entre os países do BRICS sobre a necessidade de mudanças. O Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, enfrenta dificuldades em lidar com crises, como as no Oriente Médio, por conta de sua estrutura obsoleta, que não reflete a realidade atual", apontou o diplomata, ressaltando que a ampliação do Conselho de Segurança é uma prioridade para o Brasil e outros membros do BRICS, como Índia e África do Sul.

    A cúpula, que marca o maior evento de política externa já realizado na Rússia, contará com a presença de 36 países e seis organizações internacionais. Devido a um acidente doméstico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da reunião por videoconferência, com a comitiva brasileira sendo liderada pelo chanceler Mauro Vieira.

    O evento acontece em um momento em que a reforma das instituições internacionais e o papel do BRICS no cenário global ganham ainda mais relevância, em meio à fragmentação de acordos internacionais e à crescente necessidade de uma governança global mais inclusiva e representativa.

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