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Defesa de Trump sugere que pagamento por silêncio foi extorsão

O ex-presidente americano está sendo acusado de falsificar registros comerciais para esconder um pagamento a uma atriz pornô

Donald Trump (Foto: Curtis Means/Pool via Reuters)

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Por Jack Queen e Brendan Pierson e Andy Sullivan

NOVA YORK (Reuters) - Um advogado de Donald Trump tentou enquadrar nesta quinta-feira o pagamento pelo silêncio de uma estrela pornô que está no centro do seu julgamento criminal como extorsão, questionando um advogado envolvido no acordo sobre suas negociações de dinheiro por sujeira com outras celebridades.

O questionamento do advogado de defesa Emil Bove do advogado Keith Davidson indicou a estratégia da equipe legal de Trump de minar a credibilidade das testemunhas da acusação, no primeiro julgamento criminal de um ex-presidente dos EUA na história.

Trump está sendo acusado de falsificar registros comerciais para esconder um pagamento à estrela pornô Stormy Daniels, pouco antes da eleição presidencial de 2016. Trump se declarou inocente e nega a afirmação de Daniels de que eles fizeram sexo uma década antes.

Após Davidson prestar depoimento de que combinou o pagamento de 130.000 dólares com Michael Cohen, então advogado pessoal de Trump, Bove perguntou sobre as supostas tentativas de Davidson de obter dinheiro de Hulk Hogan em troca de um vídeo sexual envolvendo o ex-lutador.

Ele também questionou Davidson sobre tentativas de trocar informações embaraçosas por dinheiro de celebridades como o ator Charlie Sheen e a estrela de reality show Tila Tequila.

“Você era bastante habilidoso em chegar bem próximo do limite sem cometer extorsão, certo?”, perguntou Boye.

Davidson negou ter alguma vez cometido extorsão.

Os advogados de Trump devem adotar uma abordagem semelhante com outras testemunhas esperadas, incluindo a própria Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, e Cohen, que cumpriu pena de prisão pelo seu papel no esquema de pagamento.

Davidson confirmou que Daniels assinou um acordo de confidencialidade com Trump para ficar calada sobre o encontro sexual de 2006, mas disse que não descreveria o pagamento como suborno. “Foi uma consideração em um acordo civil”, disse.

Davidson afirmou que a negação contundente que ele ajudou Daniels a elaborar quando o pagamento foi revelado em 2018 não chegava a ser uma mentira porque se referia a uma relação “sexual romântica” e não a um encontro sexual único.

“Você precisa analisar palavra por palavra, e eu acho que se isso fosse feito, seria tecnicamente verdade com uma leitura extremamente bem feita”, disse Davidson.

Posteriormente, Daniels desmentiu o comunicado e disse que a assinatura que constava nele não era dela.

MAIS MULTAS?

Mais cedo, o juiz Juan Merchan sinalizou que pode multar Trump por acusações de que ele novamente violou uma ordem de silêncio que o proíbe de fazer comentários públicos sobre jurados, testemunhas e as famílias do juiz e dos promotores, se essas declarações tiverem a intenção de interferir com o caso.

Merchan questionou a afirmação da defesa de que Trump não violou a ordem de silêncio quando disse que o júri de Manhattan do primeiro julgamento criminal de um ex-presidente dos EUA foi escolhido em uma região fortemente democrata.

“Estou argumentando que ele não o fez”, afirmou o advogado de Trump, Todd Blanche, ao juiz.

“Bom, eu não estou concordando com esse argumento”, respondeu Merchan, sem dizer se ou quando aplicaria uma multa.

Mais tarde, Trump afirmou, incorretamente, que a ordem de silêncio o impedirá de testemunhar para se defender.

"Não estou autorizado a testemunhar por causa de uma ordem de mordaça inconstitucional", disse aos jornalistas no corredor fora da sala de audiências. A ordem de silêncio não impede Trump de testemunhar no julgamento.

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