Desaprovação massiva: novo premier francês François Bayrou enfrenta rejeição gigantesca
Pesquisa do Ifop revela que dois terços dos franceses já desaprovam a indicação de Bayrou para liderar o governo
247 – Uma pesquisa realizada pelo instituto Ifop e divulgada pelo Journal du Dimanche neste domingo trouxe más notícias para o presidente francês Emmanuel Macron e para François Bayrou, o novo premier indicado. Segundo os dados, 66% dos franceses desaprovam Bayrou antes mesmo de ele assumir formalmente o cargo ou da formação de um novo gabinete.
As expectativas de confirmação dos nomes do novo governo, prometidas por Macron até o Natal, foram abaladas por esses números alarmantes. A pesquisa mostra que a desaprovação de Bayrou supera a de anteriores primeiros-ministros como Élisabeth Borne (46%), Gabriel Attal (46%) e Michel Barnier (55%). Este é o nível de impopularidade mais alto já registrado para um premier em seus primeiros dias no cargo na França.
Muitos franceses percebem Bayrou como um político "à moda antiga" e "velho", criticando sua longa carreira sem ocupação de cargos ministeriais de destaque nos últimos 30 anos. "Ele acumula mandatos e demonstrou oportunismo para chegar ao posto de primeiro-ministro", comenta um eleitor entrevistado. Além disso, sua proximidade com Macron, cujo governo tem apenas 24% de aprovação segundo a pesquisa, também contribui para a desaprovação.
O estilo de liderança de Bayrou, descrito como "centrista suave" e pouco inclinado a confrontos, não ressoa com a atual conjuntura política francesa, caracterizada por uma Assembleia Nacional fragmentada e um país dividido. "Espero que consigamos completar tudo até meados de fevereiro. Não tenho a certeza de que chegaremos lá", afirmou Bayrou à rede France 2 na semana passada, refletindo a incerteza que cerca sua gestão.
Bayrou foi escolhido por Macron na tentativa de mitigar a crise política desencadeada pela convocação de eleições legislativas antecipadas em junho e julho, após a vitória da extrema direita no Parlamento Europeu. Contudo, a escolha não agradou os principais blocos parlamentares, resultando em uma rejeição massiva antes mesmo da sua posse.
O novo premier enfrenta desafios imediatos, como a resposta à devastação causada por um ciclone em Mayotte, no Oceano Índico, que resultou em cerca de 30 mortes. Economicamente, Bayrou precisará liderar as discussões sobre o Orçamento de 2025, equilibrando a necessidade de reduzir o déficit público projetado para 6,7% do PIB e a dívida pública, que já alcança 113,7% do PIB, muito acima da meta da União Europeia de 60%. Evitar medidas impopulares, como cortes em gastos sociais e aumentos de impostos, será crucial para sua gestão.
A indicação de Bayrou, a mais recente tentativa de Macron para estabilizar seu governo, agora enfrenta um grande obstáculo: conquistar a confiança de uma população claramente insatisfeita.
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