Diretor-geral da OMS conta como escapou de bombardeio israelense no Iêmen: ‘barulho ensurdecedor’

247 - O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, relatou neste sábado (28) como escapou de um bombardeio israelense no aeroporto de Sana'a, no Iêmen, ocorrido na última quinta-feira (26), informa O Globo. O ataque visava alvos dos rebeldes houthi, que controlam grande parte do país. Tedros, que se preparava para embarcar em um voo, afirmou que o impacto foi tão forte que ele ainda sente os efeitos do incidente.

"O barulho foi ensurdecedor. Ainda estou com zumbido nos ouvidos. Já se passaram mais de 24 horas. Não sei se afetou minha audição", relatou o diretor da OMS em entrevista à BBC. Ele explicou que a sala de embarque onde estava e a torre de controle do aeroporto foram atingidas pelo ataque. "Se o míssil tivesse se desviado um pouco, poderia ter caído sobre nós", disse Tedros, destacando a proximidade do perigo.

Em suas redes sociais, Tedros compartilhou um vídeo do momento, mostrando a equipe da OMS correndo para se abrigar da explosão. Ele expressou sua gratidão pela ajuda dos colegas e da equipe do aeroporto, que contribuíram para sua segurança. "Estou muito grato aos colegas e à equipe do aeroporto que nos ajudaram a nos proteger", escreveu.

O ataque israelense foi uma resposta aos contínuos ataques dos houthi contra Israel, em apoio aos palestinos. Israel afirmou que atingiu "alvos militares" dos rebeldes, que têm o apoio do Irã, inimigo de Israel. A guerra no Iêmen já dura vários anos, com a capital Sana'a sob controle dos houthi, e a situação humanitária no país é devastadora.

Tedros estava no Iémen em missão para o secretário-geral da ONU, António Guterres, com o objetivo de garantir a libertação de funcionários da ONU detidos e avaliar as condições sanitárias e humanitárias no país. Durante sua entrevista, Tedros fez questão de destacar a importância da proteção das instalações civis, conforme estipulado pelo direito internacional. "Não importa se eu estava lá ou não. Esta é uma instalação civil, deve ser protegida, de acordo com o direito internacional", afirmou.