Economia do Reino Unido patina em janeiro, puxada por forte queda na produção industrial
Uma pesquisa da Reuters com economistas havia previsto uma expansão do PIB do país europeu
Reuters - A economia do Reino Unido contraiu inesperadamente em janeiro, prolongando uma série de dados instáveis que têm dificultado as tentativas da ministra das Finanças, Rachel Reeves, de impulsionar o crescimento. A atualização sobre as perspectivas econômicas será apresentada ao Parlamento em breve.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% em janeiro, puxado por uma forte queda na produção industrial em comparação com dezembro, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS) na sexta-feira.
Uma pesquisa da Reuters com economistas havia previsto uma expansão mensal de 0,1%. Embora a queda de janeiro reverta apenas parcialmente a expansão de 0,4% registrada em dezembro, o resultado representa uma decepção para Reeves, cuja principal missão é retomar o crescimento econômico.
"O mundo mudou, e em todo o globo estamos sentindo as consequências", disse Reeves em resposta aos dados divulgados na sexta-feira.
Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre a importação de vinhos, conhaques e outras bebidas alcoólicas da Europa, abrindo uma nova frente na guerra comercial global que tem agitado os mercados financeiros e aumentado os temores de recessão.
Reeves deve apresentar novas previsões econômicas e fiscais do Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR) em sua Declaração de Primavera, em 26 de março. O fraco crescimento e os custos de empréstimos mais altos têm reduzido a margem estreita com a qual Reeves cumpriu suas regras fiscais no orçamento de outubro.
Reeves afirmou que as regras fiscais não são negociáveis e indicou que cortará gastos públicos, se necessário, para garantir que não sejam quebradas.
A libra esterlina enfraqueceu cerca de 0,2 centavos em relação ao dólar americano após a divulgação dos dados, mas logo se recuperou.
Nos três meses até janeiro, a economia cresceu 0,2%, informou o ONS, um desempenho ligeiramente inferior ao consenso de 0,3% da pesquisa da Reuters.
"Após o desempenho medíocre no segundo semestre de 2024, o crescimento permanece frágil devido a incertezas globais e domésticas", disse Hailey Low, economista do National Institute of Economic and Social Research (NIESR). "É crucial que a próxima Declaração de Primavera forneça estabilidade, em vez de aumentar a incerteza doméstica. Mudanças frequentes de política podem minar a confiança de empresas e investidores em um momento em que clareza e consistência são mais necessárias."
Philip Shaw, economista-chefe da Investec, disse que o cenário subjacente, desconsiderando as oscilações voláteis dos dados mensais, mostra uma economia em lenta expansão, talvez em torno de 0,1% ao mês, em média.
A produção industrial caiu 1,1% apenas em janeiro, com os setores de metais e farmacêutico apresentando desempenhos especialmente fracos, enquanto o setor industrial em geral também foi prejudicado por uma queda na extração de petróleo e gás.
A produção no setor de serviços, que domina a economia, cresceu 0,1%, marcando o terceiro mês consecutivo de expansão. As vendas em supermercados aumentaram, mas os gastos em bares e restaurantes caíram, à medida que os britânicos buscaram economizar dinheiro comendo em casa.
A produção na construção civil recuou 0,2%, com o ONS citando evidências anedóticas de empresas sobre o impacto do clima tempestuoso nas atividades do setor.
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