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    Eleições nos EUA: nova pesquisa mostra empate técnico em estados decisivos

    Nos sete estados pesquisados em sondagem Times/Siena, a diferença entre Harris e Trump está dentro da margem de erro. O cenário é altamente imprevisível

    Debate entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Haris 10/09/2024 (Foto: REUTERS/Brian Snyder)

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    Por Paulo Barros, InfoMoney - Faltando apenas dois dias para a eleição presidencial nos Estados Unidos, a disputa entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump está mais acirrada do que nunca, de acordo com pesquisa do New York Times e Siena College. A pesquisa revela uma competição intensa nos chamados “estados pêndulo” (“swing states”), com Harris mostrando força em estados como Carolina do Norte e Geórgia, enquanto Trump recupera terreno na Pensilvânia, um estado crucial que agora aparece tecnicamente empatado.

    Harris lidera de forma apertada em Nevada, Carolina do Norte e Wisconsin, enquanto Trump mantém vantagem no Arizona. Estados como Michigan, Geórgia e Pensilvânia estão extremamente disputados, e em todos os sete estados pesquisados a diferença entre os candidatos está dentro da margem de erro, tornando o cenário altamente imprevisível. Tanto Harris quanto Trump possuem múltiplos caminhos para alcançar os 270 votos no Colégio Eleitoral necessários para vencer, mas qualquer erro nas previsões pode impactar decisivamente o resultado final.

    Um dado que destaca a incerteza do cenário é o comportamento dos eleitores indecisos. Entre os 8% que decidiram o voto recentemente, Harris possui uma vantagem de 55% a 44%. Entretanto, ainda existem 11% de eleitores que permanecem indecisos ou persuadíveis, mesmo com a eleição tão próxima.

    Até o momento, mais de 70 milhões de eleitores já votaram antecipadamente, segundo o University of Florida Election Lab. Dos eleitores que já depositaram seus votos, Harris lidera com uma margem de oito pontos percentuais. Por outro lado, Trump apresenta uma leve vantagem entre aqueles que afirmam estar altamente propensos a votar, mas que ainda não compareceram às urnas.

    Um dos destaques desta reta final é o avanço de Trump na Pensilvânia. Harris mantinha uma liderança de quatro pontos em pesquisas anteriores do Times/Siena, mas a corrida agora está empatada, aumentando a importância do estado como ponto de definição do resultado. A Pensilvânia tem historicamente se mostrado um dos estados mais decisivos, e estrategistas de ambas as campanhas consideram sua vitória crucial.

    Aborto, imigração e gênero - A pesquisa também revela que, embora a economia continue sendo o tema mais importante para os eleitores, outras questões começam a ganhar força. Em Wisconsin, onde Harris está levemente à frente, o tema do aborto agora quase empata com a economia em importância. Já no Arizona, onde Trump lidera, a imigração continua a ser uma prioridade para os eleitores.

    O levantamento evidencia que Trump conseguiu consolidar sua base de apoio entre homens e eleitores brancos sem educação universitária, um grupo que o apoiou fortemente em suas candidaturas anteriores. Além disso, ele tem ganhado apoio entre eleitores mais jovens, não-brancos e novatos no processo eleitoral, superando o percentual de votos que obteve em 2020 no Arizona e em Michigan, estados que perdeu na última eleição.

    Harris, por sua vez, ainda enfrenta desafios para repetir a performance de Joe Biden com jovens, eleitores negros (especialmente mulheres negras) e latinos. Entretanto, desde que assumiu a candidatura, sua aceitação entre esses grupos vem aumentando.

    Outro ponto de destaque é a diferença de gênero na preferência dos eleitores: Harris é amplamente preferida entre as mulheres, enquanto Trump lidera entre os homens. Para mulheres e eleitores mais jovens, a questão do aborto chegou a superar a economia como principal preocupação, refletindo o papel central desse tema na eleição.

    Pesquisa Times/Siena - A pesquisa do New York Times e Siena College entrevistou 7.879 eleitores prováveis em sete estados decisivos dos EUA entre 24 de outubro e 2 de novembro, com amostras variando de cerca de 1.000 a mais de 1.500 eleitores por estado. A coleta foi feita por telefone com entrevistadores ao vivo, em inglês e espanhol, sendo que mais de 98% dos entrevistados foram contatados via celular. Os eleitores foram selecionados de uma lista de registrados, garantindo representatividade demográfica e partidária, com aproximadamente 850.000 chamadas feitas para mais de 320.000 eleitores.

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