Erdogan aponta Israel como "menino mimado do Ocidente" e pede investigação sobre armas nucleares

247 – Em meio à prolongada ofensiva de Israel contra o Hamas em Gaza, que já se estende por cinco semanas, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lançou duras críticas a Tel Aviv, descrevendo-o como o "menino mimado do Ocidente". As declarações foram feitas durante o discurso de Erdogan na Cúpula Conjunta da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) e da Liga Árabe, onde expressou sua oposição à atuação israelense na região, segundo reportagem da agência Sputnik.

Erdogan acusou o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de não indenizar os povos e territórios afetados pelos conflitos, destacando os impactos devastadores da guerra em Gaza, que resultaram na morte de mais de 11 mil pessoas, incluindo ataques a escolas, hospitais e abrigos da ONU.

Além das críticas, o presidente turco enfatizou a necessidade de uma investigação internacional para apurar se Israel detém armas nucleares. Erdogan afirmou que a existência dessas armas já foi "admitida pelos ministros" israelenses, intensificando as tensões na região.

As declarações de Erdogan ocorrem em um contexto em que Netanyahu, em resposta aos protestos em Tel Aviv, reafirmou a posição de Israel de manter o controle na Faixa de Gaza, mesmo após o fim do conflito com o Hamas. As Forças de Defesa de Israel (FDI) garantirão, segundo o premiê, a segurança na região.

Enquanto Israel enfrenta críticas pela continuidade dos bombardeios em Gaza, o presidente turco propôs a criação de um fundo de apoio à reconstrução da Faixa de Gaza pela OCI. Erdogan criticou o silêncio do Ocidente diante das atrocidades, apelando ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e à Corte Penal Internacional (CPI) para investigar "crimes de guerra e contra a humanidade" cometidos por Israel.

O líder turco ressaltou a importância de transformar a crise atual em uma oportunidade para uma solução permanente da questão palestina, defendendo a criação de "um Estado palestino soberano e geograficamente integrado com Jerusalém Oriental como capital dentro das fronteiras de 1967". A situação continua a gerar repercussões intensas na comunidade internacional.