Erdogan diz que Biden e os EUA são cúmplices em crimes de guerra israelenses

Reuters - O presidente turco Tayyip Erdogan afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua administração são cúmplices no que ele chamou de crimes de guerra israelenses e violações do direito internacional no conflito de Gaza, e pediu sanções contra Israel.

Em uma entrevista à Newsweek durante a cúpula da OTAN em Washington, Erdogan disse que o "assassinato brutal" de civis por Israel, seus ataques a hospitais, centros de ajuda e outros locais constituem crimes de guerra. "A administração dos EUA, no entanto, ignora essas violações e fornece a Israel o maior apoio. Eles fazem isso às custas de serem cúmplices dessas violações", disse Erdogan, citado pela revista.

"Nesse ponto, quem vai impor que tipo de sanção contra Israel por violar o direito internacional? Essa é a verdadeira questão e ninguém está respondendo a isso", afirmou ele.

Israel rejeita consistentemente as acusações de que cometeu crimes de guerra em sua batalha contra o grupo militante palestino Hamas na Faixa de Gaza. O país nega atacar deliberadamente civis. Mais de 38.000 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos desde que a guerra começou em 7 de outubro, segundo autoridades médicas de Gaza. Cerca de 1.200 israelenses foram mortos na incursão transfronteiriça do Hamas que desencadeou a guerra.

A Turquia, membro da OTAN, denunciou o ataque de Israel a Gaza, interrompeu o comércio com o país e manifestou apoio ao Hamas. Repetidamente criticou os países ocidentais por apoiarem Israel e pediu que Israel fosse punido por tribunais internacionais. Perguntado sobre os laços cordiais da Turquia com a Rússia e a China, e os recentes contatos de Ancara com o grupo BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO), Erdogan disse que a Turquia conduz sua diplomacia com uma abordagem de "ganha-ganha" e, portanto, não pode descartar o envolvimento com entidades não ocidentais.

"Somos um aliado inabalável da OTAN. No entanto, não acreditamos que isso impeça nossa capacidade de estabelecer relações positivas com nações como China e Rússia", disse Erdogan à Newsweek.