EUA acusam China de alimentar guerra contra a Ucrânia
A embaixada chinesa nos Estados Unidos rebateu autoridades norte-americanas
Por Steve Holland e Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - A China está apoiando o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia, ajudando Moscou a ter seu maior incremento militar desde a era soviética, com tecnologia de mísseis e drones, imagens de satélite e maquinário, disseram nesta sexta-feira autoridades norte-americanas.
Contudo, a embaixada chinesa nos EUA afirmou que o país não forneceu armas a qualquer país, acrescentando que “não é um produtor ou parte envolvida na crise na Ucrânia”.
As autoridades, que não quiseram ser identificadas, disseram que o presidente norte-americano, Joe Biden, levantou a questão com seu colega chinês, Xi Jinping, em ligação telefônica recente, e que o assunto é um tópico de discussão com seus aliados na Europa e em outras partes do mundo.
Uma autoridade afirmou que materiais chineses estão preenchendo importantes lacunas no ciclo de produção de Defesa da Rússia, auxiliando Moscou a realizar sua “mais ambiciosa expansão de Defesa desde a era soviética e com prazos mais rápidos que acreditávamos ser possível no começo deste conflito”.
“Nossa visão é que uma das medidas mais importantes à disposição para ajudar a Ucrânia neste momento é persuadir a RPC (República Popular da China) a parar de ajudar a Rússia a reconstruir sua base militar industrial. A Rússia teria dificuldade de sustentar esse esforço de guerra sem a ajuda da RPC”, acrescentou.
Um porta-voz da embaixada chinesa disse à Reuters que o comércio entre China e Rússia não deve sofrer interferências ou restrições: “Exortamos os EUA a pararem de rebaixar e usar de bode expiatório a normal relação entre a China e a Rússia”, disse Liu Pengyu.
Em 2023, 90% das importações de microeletrônicos da Rússia vieram da China. Os russos usam tais tecnologias para produzir mísseis, tanques e aeronaves, afirmaram as autoridades.
(Reportagem adicional de Jasper Ward)
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