EUA buscam metais preciosos da Ucrânia, mas especialistas apontam desafios para exploração
Titânio, lítio, urânio e grafite estão no radar dos norte-americanos
247 - Os Estados Unidos estão interessados nos depósitos minerais da Ucrânia, especialmente em metais críticos como titânio, lítio, urânio e grafite. Esses recursos são essenciais para a produção de tecnologias avançadas e energias renováveis, áreas de interesse estratégico para os norte-americanos. No entanto, especialistas alertam que, embora as reservas ucranianas sejam significativas, o desenvolvimento dessas minas pode enfrentar desafios substanciais. As informações são da Sputnik.
Boris Krasnozhenov, diretor de análise do mercado de títulos do Alfa-Bank, explicou que, embora a Ucrânia possua grandes reservas desses metais críticos, a falta de depósitos conhecidos de metais de terras raras pode limitar a exploração. Segundo ele, o custo da extração, especialmente do lítio, pode ser uma barreira para a viabilidade econômica de novos projetos.
"Considerando os preços bastante baixos, por exemplo, do lítio, há algumas dúvidas sobre a eficiência do desenvolvimento dos depósitos ucranianos. Os novos projetos de extração de recursos minerais essenciais são bastante intensivos em capital e levam vários anos para serem realizados", afirmou Krasnozhenov.
Leonid Khazanov, especialista industrial independente, compartilha a visão de Krasnozhenov e destaca que o interesse dos Estados Unidos pela Ucrânia está centrado em metais como lítio, urânio, grafite e titânio. No entanto, Khazanov também vê desafios significativos. De acordo com o especialista, os investimentos necessários para a exploração dessas minas podem chegar a até US$ 100 bilhões (cerca de R$ 600 bilhões). "Acho que algumas das empresas privadas norte-americanas, ligadas ao governo ou ao establishment de defesa dos EUA, podem assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento dessas áreas do subsolo ucraniano", avaliou Khazanov.
Apesar disso, o especialista aponta que as empresas americanas enfrentarão vários obstáculos logísticos e operacionais ao tentar desenvolver esses recursos na Ucrânia. "Entre as dificuldades que as empresas americanas podem enfrentar na Ucrânia estão a falta de especialistas necessários, quedas de energia, burocracia excessiva, dificuldades na exportação de matérias-primas por rodovias e ferrovias, sem mencionar as rotas marítimas", explicou.
Esses desafios são corroborados por declarações recentes do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que destacou que o acordo sobre metais de terras raras continua sendo uma prioridade para os EUA e a Ucrânia. Rubio revelou que os líderes dos dois países instruíram seus governos a concluir os trâmites necessários para a assinatura do acordo, que visa garantir o fornecimento desses minerais essenciais para as economias ocidentais.
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