EUA exigem 'respostas' de Israel após novo massacre em plena ajuda humanitária na Faixa de Gaza
"Vamos monitorar essa investigação de perto e pressionar para termos respostas”, disse o porta-voz do Departamento do Estado norte-americano, Matthew Miller
Por Simon Lewis
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão buscando urgentemente obter informações sobre o que ocorreu nesta quinta-feira no norte da Faixa de Gaza, onde autoridades de Saúde afirmam que mais de 100 palestinos foram mortos a tiros por forças israelenses, enquanto aguardavam pela entrega de suprimentos de ajuda humanitária.
O porta-voz do Departamento do Estado Matthew Miller afirmou que o incidente realçou a urgência de expandir e manter o fluxo de entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, incluindo um possível cessar-fogo como parte de um acordo de troca de reféns.
“Estamos buscando urgentemente mais informações sobre o que exatamente ocorreu. Estamos em contato com o governo israelense desde esta manhã e sabemos que uma investigação está ocorrendo. Vamos monitorar essa investigação de perto e pressionar para termos respostas”, disse Miller.
Pelo menos 112 pessoas foram mortas e mais de 280 ficaram feridas no incidente, ocorrido perto da Cidade de Gaza, segundo autoridades palestinas. O número de mortos nos quase cinco meses de guerra já passou dos 30 mil.
Israel contestou o relato feito pelas autoridades de Saúde de Gaza, que é governada pelo Hamas. O enclave está sendo atacado há meses pelas forças israelenses, em uma guerra iniciada depois de o grupo militante palestino ter realizado um ataque mortal ao sul de Israel no dia 7 de outubro.
Miller afirmou que os EUA continuam deixando claro a Israel que todas as medidas devem ser adotadas para permitir a entrada de mais assistência à Faixa de Gaza. Ele acrescentou que Washington pressiona pela abertura de uma passagem de fronteira ao norte o quanto antes.
“Se teve algo que as imagens aéreas do incidente de hoje deixaram claro é o quão desesperadora é a situação em solo. As pessoas precisam de mais comida. Elas precisam de mais água. Elas precisam de remédios e de outros bens humanitários, e precisam agora”, finalizou Miller.
(Reportagem de Simon Lewis, Humeyra Pamuk, Daphne Psaledakis e Kanishka Singh)
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