EUA preparam sociedade para aprovar qualquer decisão contra a Rússia em Vilnius, diz embaixador
Anatoly Antonov explicou que a situação continua a deslizar para o resultado mais desfavorável no confronto entre a Federação Russa e a Otan
TASS - Os Estados Unidos estão fazendo todo o possível para preparar a opinião pública para a aprovação de quaisquer decisões contrárias à Rússia que possam ser tomadas na cúpula da Otan em Vilnius de 11 a 12 de julho, segundo o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov.
"Na véspera da Cúpula da Otan, a atmosfera no cenário de informações dos EUA esquentou ao máximo. Todo esforço possível está sendo feito para preparar a opinião pública local para a aceitação de quaisquer decisões anti-russas que serão tomadas em Vilnius em nos próximos dias. A situação continua a degradar-se para o desfecho mais desfavorável do confronto entre a Rússia e os países da Otan. As decisões do Ocidente colocam obstáculos cada vez mais intransponíveis à saída da mais aguda crise política e militar, repleta das mais sérias consequências para a segurança internacional", afirmou.
Antonov também chamou a atenção para os padrões duplos e o cinismo da abordagem do governo dos EUA ao conflito na Ucrânia.
"O governo continua surpreendendo o mundo com novos exemplos de padrões duplos diariamente. Eles são abundantes. Quanto mais os americanos se envolvem no conflito na Ucrânia, mais cínicas suas ações parecem e mais dilapidados os princípios morais. Por muitos anos, os Estados Unidos demonstraram indiferença ao que estava acontecendo em Donbass. Fecharam os olhos para os assassinatos de pessoas na Casa dos Sindicatos em Odessa. Impuseram sanções pelas transgressões inexistentes da Rússia. Defenderam publicamente altos padrões de direitos humanos e vociferaram sobre a proibição de armas desumanas. Agora os próprios Estados Unidos estão jogando munições de fragmentação no abismo da crise ucraniana. Ao mesmo tempo, não se preocupam em dar desculpas. A única tese que os EUA defendem é que é necessário derrotar os russos," ele adicionou.
Em 7 de julho, o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que os Estados Unidos decidiram enviar munições de fragmentação para a Ucrânia, apesar do fato de as Nações Unidas se oporem ao uso de tais munições. Ele também disse que Kiev emitiu garantias por escrito a Washington de que essas armas seriam usadas de forma a minimizar os riscos para os civis. O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, disse na quinta-feira que os Estados Unidos estão prontos para fornecer à Ucrânia munições de fragmentação que representam o menor risco para os civis.
O vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, disse anteriormente, comentando sobre relatos da mídia sobre os planos dos EUA de fornecer tais munições à Ucrânia, que o secretário-geral da ONU, António Guterres, apoia a Convenção sobre Munições de Dispersão e é contra o uso de tais armas na campo de batalha.
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