EUA têm poucas opções para pressionar Rússia em negociações sobre guerra na Ucrânia, avaliam especialistas
Especialistas destacam que sanções e prioridades de Trump limitam pressão sobre Moscou
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá tentar pressionar a Rússia nas negociações sobre o conflito ucraniano, mas especialistas afirmam que suas opções de ação são limitadas. A Rússia já enfrenta um regime de sanções muito severo, o que restringe a capacidade dos EUA de aumentar ainda mais a pressão sobre Moscou, afirmam analistas ouvidos pela Sputnik.
Konstantin Blokhin, pesquisador líder do Centro de Estudos de Segurança da Academia de Ciências da Rússia, afirmou que as sanções impostas à Rússia já superaram as de países como Irã, Coreia do Norte, Belarus e Venezuela. "Trump pode tentar escalar a situação, mas essa pressão é limitada, porque, no que respeita às sanções, já nos impuseram mais do que ao Irã, à Coreia do Norte, a Belarus e à Venezuela. E, nessas condições, a Rússia não estagnará", disse Blokhin. Ele também observou que, embora Trump tenha o estilo de exigir o máximo para alcançar seus objetivos, não se deve esperar uma ação extremamente agressiva contra Moscou. "É o estilo de Trump exigir o máximo para obter o resultado desejado, mas ele não deve esperar uma 'cruzada' contra Moscou", afirmou.
O analista também ressaltou que a prioridade de Trump não é a Rússia, mas sim a China. "O adversário-chave para ele é a China, não a Rússia", afirmou Blokhin, indicando que, embora Trump busque uma solução para o conflito ucraniano, suas preocupações geopolíticas vão além da Rússia.
Sergei Poletaev, analista de informações e cofundador do projeto Vatfor, também abordou as limitações dos EUA em relação à Rússia. Segundo Poletaev, os Estados Unidos têm muito menos capacidade de influenciar Moscou do que a Ucrânia. "Os EUA têm muito menos influência sobre a Rússia do que sobre a Ucrânia", disse o especialista. Ele acrescentou que Trump deve continuar a política de sanções do governo de Joe Biden, sem grandes mudanças. "Trump vai continuar a política de sanções do ex-presidente Joe Biden sem mudanças significativas", afirmou Poletaev.
No entanto, Poletaev acredita que, ao contrário de Biden, Trump tem como objetivo resolver o conflito. "Trump não está tendo sucesso até o momento e está percebendo agora que não é tão fácil quanto ele pensava que seria. Mas, de qualquer forma, as negociações com Trump ocorrerão em um cenário de hostilidades e podem levar mais de um mês", concluiu o analista.
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