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    G20: Xi reafirma apoio da China à Aliança Contra a Fome e anuncia oito ações para o desenvolvimento global

    Presidente chinês discursou na I Sessão da Cúpula do G20 nesta segunda

    Presidentes Lula e Xi Jinping no G20 (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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    247 - Na 19ª Cúpula do G20, realizada nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, o presidente chinês Xi Jinping afirmou que a China se unirá à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que destacou a experiência brasileira em políticas sociais como o Bolsa Família e o Fome Zero como exemplos de combate à exclusão social. 

    Durante o evento, Xi apresentou oito ações prioritárias que a China implementará para apoiar o desenvolvimento global, especialmente nos países do Sul Global. Entre elas, Xi destacou o fortalecimento da conectividade sustentável por meio da Iniciativa do Cinturão e Rota, com foco na construção de uma "Rota da Seda Verde" e na digitalização para impulsionar a economia digital global. [Confira o discurso de Xi na íntegra clicando aqui]

    AS OITO AÇÕES

    • Primeira: Promover conjuntamente a construção de alta qualidade da Iniciativa do Cinturão e Rota, desenvolvendo ainda mais uma rede integrada de conectividade, com a Rota da Seda Verde como guia e fortalecendo a Rota da Seda Digital.
    • Segunda: Implementar a Iniciativa de Desenvolvimento Global, estruturando bem o Centro de Pesquisa para o Sul Global e continuando a apoiar os países em desenvolvimento, aprofundando a cooperação prática em áreas como redução da pobreza, segurança alimentar e economia digital.
    • Terceira: Apoiar o desenvolvimento da África. Durante a Cúpula de Cooperação China-África realizada em Pequim, foram anunciadas dez ações de parceria para promover a modernização da África nos próximos três anos, com apoio financeiro garantido para sua implementação.
    • Quarta: Apoiar a cooperação internacional na redução da pobreza e na segurança alimentar. A China decidiu se juntar à "Aliança Global contra a Fome e a Pobreza", apoiando a continuidade da reunião ministerial de desenvolvimento do G20 e permanecendo como anfitriã da Conferência Internacional sobre Perda e Desperdício de Alimentos.
    • Quinta: Juntamente com o Brasil, África do Sul e União Africana, a China lançou a "Iniciativa de Cooperação Internacional em Ciência Aberta" para que os avanços da ciência e tecnologia beneficiem mais amplamente o Sul Global.
    • Sexta: Apoiar o G20 na condução de cooperação prática que beneficie o Sul Global, incluindo o trabalho do Centro de Pesquisa em Empreendedorismo do G20, com sede em Pequim, e a cooperação em áreas como educação digital, digitalização de museus e de textos antigos.
    • Sétima: Implementar o "Plano de Ação contra a Corrupção" do G20, fortalecendo a cooperação com os países em desenvolvimento em áreas como repatriação de fugitivos, recuperação de ativos, recusa de refúgios seguros para corruptos e capacitação contra a corrupção.
    • Oitava: Melhorar os mecanismos de alto nível de abertura da China ao exterior, ampliando a abertura unilateral aos países menos desenvolvidos (PMDs). Foi anunciada a concessão de isenção tarifária para 100% dos produtos dos PMDs que mantêm relações diplomáticas com a China.

    A ALIANÇA GLOBAL CONTRA A FOME E A POBREZA - Durante a cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, enfatizando que a erradicação dessas condições extremas é uma questão de justiça social.

    “A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. A fome, como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, é a ‘expressão biológica dos males sociais’, é produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade”, disse Lula, destacando que o Brasil já demonstrou ser possível superar esse problema.

    O presidente lembrou que, em 2014, o país saiu do Mapa da Fome da FAO graças a programas como o Bolsa Família e o investimento em agricultura familiar, mas lamentou os retrocessos recentes. “Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. Em um ano e 11 meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24,5 milhões de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, novamente sairemos do Mapa da Fome, e com a aliança faremos muito mais”, afirmou.

    Lula também destacou que a Aliança Global transcende o conceito de justiça social, sendo fundamental para sociedades mais prósperas e pacíficas. “A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global. Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir”, concluiu.

    [Publicado por Guilherme Paladino, correspondente do 247 em Pequim]

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