Grupo M23, apoiado por Ruanda, amplia avanços na RD Congo e controla aeroporto de grande cidade do país
Rebeldes vinham tentando abrir caminho rumo ao sul, na direção de Bukavu, depois de tomarem a cidade de Goma
247 - Rebeldes do M23, grupo apoiado por Ruanda, entraram na sexta-feira (14) na segunda maior cidade do leste da República Democrática do Congo, Bukavu, disse à Reuters um líder do grupo, enquanto moradores relataram ter avistado militantes nas ruas em um bairro do norte da cidade.
Nesta sexta-feira, o Exército congolês confirmou que combatentes do M23 tomaram o controle do aeroporto de Kavumu, no norte de Bukavu, e que as tropas congolesas recuaram junto com seus equipamentos.
No sábado (15), o exército congolês, apoiado pelas milícias pró-governo, entrou na cidade de Bukavu, conforme anunciado durante uma reunião sobre a situação de segurança.
Os rebeldes vinham tentando abrir caminho rumo ao sul, na direção de Bukavu, depois de tomarem a cidade de Goma, a maior do leste congolês, no fim do mês passado.
A captura de Bukavu, capital da província de Quivu do Sul, representaria uma expansão sem precedentes de território sob controle do M23 desde o início da insurgência do grupo, em 2022, sendo também um grande golpe contra a autoridade do governo de Kinshasa no leste do território.
"Eu confirmo que entramos em Bukavu nesta noite, e amanhã continuaremos a operação para limpar a cidade", afirmou Corneille Nangaa, líder da Aliança do Rio Congo, que inclui o M23.
O presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, busca apoio internacional para encerrar a crise, e alertou à Conferência de Segurança de Munique sobre o risco de uma guerra mais ampla.
"Claro que isso pode se amplificar para a região", disse, reiterando o seu pedido para que Ruanda seja responsabilizada por seu desempenho no conflito.
"É papel da comunidade internacional impedir que esse conflito se espalhe."
Ruanda, por sua vez, rejeita as acusações do Congo, da Organização das Nações Unidas (ONU) e das potências ocidentais de que milhares de soldados do país estariam lutando ao lado do M23. O país diz se defender contra a ameaça de uma milícia liderada pelos Hutus, que alega estarem lutando com os militares congoleses.
Enquanto isso, Uganda vem proferindo ameaças de intervir com seus militares na RDC. No sábado, o general Muhoozi Kainerugaba emitiu um ultimato de 24 horas para que “todas as forças” na cidade de Bunia, no leste da RDC, se rendam ou enfrentem uma ação militar.
Em uma publicação na plataforma X, Kainerugaba, filho do presidente Yoweri Museveni, afirmou ter a autorização do pai para lançar um ataque. (Com agências).
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