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    Guerra ao terror, após o 11 de setembro, remodelou o Oriente Médio em favor de Israel, diz Pepe Escobar

    Analista geopolítico afirmou que esta hegemonia começou a ser desafiada quando a Rússia impediu a destruição completa da Síria

    Pepe Escobar (Foto: Flickr / Brasil 247)

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    247 – Em uma análise publicada em seu canal no YouTube, o jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar afirmou que a "guerra ao terror", promovida pelos Estados Unidos após os atentados de 11 de setembro de 2001, foi uma estratégia para remodelar o Oriente Médio em favor de Israel. Segundo Escobar, a narrativa foi construída pelos neoconservadores e sionistas conservadores americanos, que articularam um plano de longo prazo para desestabilizar a região, promovendo uma série de intervenções militares sob a justificativa de combate ao terrorismo.

    De acordo com Escobar, os ataques de 11 de setembro serviram como o "novo Pearl Harbor", conforme desejado pelos arquitetos do Projeto para o Novo Século Americano (PNAC), um documento estratégico elaborado antes do fim do milênio. Este projeto visava garantir a hegemonia dos Estados Unidos no cenário global, principalmente no Oriente Médio. No contexto da guerra ao terror, os EUA lançaram uma série de ofensivas militares, começando pelo Afeganistão em 2001 e, em seguida, pelo Iraque em 2003.

    O papel de Israel e o redesenho geopolítico

    Escobar destacou que, por trás dessas intervenções, o verdadeiro objetivo era enfraquecer as nações islâmicas da região e garantir a segurança e a supremacia de Israel no Oriente Médio. A guerra ao terror foi, na prática, uma guerra contra o Islã, com o propósito de desestabilizar governos hostis à presença de Israel e abrir caminho para uma nova ordem regional favorável aos interesses israelenses. Países como o Iraque, a Síria e a Líbia foram diretamente afetados por essas intervenções, com regimes sendo derrubados ou enfraquecidos.

    Os neoconservadores americanos, segundo Escobar, lideraram a articulação dessa política, com nomes como o então vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, sendo citados como atores centrais na coordenação das operações militares que se seguiram aos ataques de 2001. A destruição do Iraque em 2003, por exemplo, é vista como um dos principais marcos dessa estratégia, que pretendia desmantelar nações consideradas inimigas de Israel.

    O Eixo da Resistência e a intervenção russa na Síria

    No entanto, Escobar também explicou que a partir de 2015 essa hegemonia começou a ser desafiada com a intervenção da Rússia na guerra civil síria, em apoio ao governo de Bashar al-Assad. A entrada da Rússia no conflito, com o objetivo de impedir a tomada da Síria por grupos jihadistas, foi um ponto de virada que começou a desarticular a estratégia ocidental na região.

    Esse processo também deu força ao que Escobar chamou de "Eixo da Resistência", um grupo de países e movimentos que inclui o Hezbollah no Líbano, as Forças de Mobilização Popular no Iraque, e o Irã, além do governo sírio. Esse eixo tem como objetivo combater a influência ocidental e israelense no Oriente Médio, representando uma contraposição ao projeto inicial delineado pelos neoconservadores americanos. Assista:

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