Hamas nega chance de cessar-fogo após bombardeio israelense que matou 15 pessoas da mesma família
Sami Abu Zohri, declarou que as negociações representavam "a imposição dos ditames americanos" e criticou o que chamou de "um enorme retrocesso"
247 - O movimento palestino Hamas negou neste sábado (17) que esteja próximo de alcançar um acordo para um cessar-fogo em Gaza, após um bombardeio israelense ter matado 15 membros de uma mesma família, conforme relatado pela Defesa Civil do território palestino.
Nos dias 14 e 15 de agosto, ocorreram em Doha novas negociações indiretas para um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns israelenses que estão em poder do Hamas, após mais de dez meses de conflito. As discussões contaram com a presença de uma delegação israelense e representantes dos mediadores Estados Unidos, Catar e Egito.
No final das conversas, foi apresentada uma versão revisada do plano divulgado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em 31 de maio. No entanto, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, rejeitou as "novas condições" incluídas na proposta.
Sami Abu Zohri, membro do braço político do Hamas, declarou neste sábado que as negociações representavam "a imposição dos ditames americanos" e criticou o que chamou de "um enorme retrocesso".
O Hamas, que não participou diretamente das negociações, insiste na implementação do plano original, que previa uma primeira fase de seis semanas de trégua com a retirada das forças israelenses das áreas densamente povoadas de Gaza, além de uma troca de reféns por prisioneiros palestinos detidos em Israel. A segunda fase da proposta incluía a retirada total das tropas israelenses de Gaza.
Após as conversas em Doha, os negociadores israelenses relataram ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu um "otimismo cauteloso" quanto à possibilidade de chegar a um acordo, conforme informou o gabinete do premiê.
Entretanto, a ofensiva israelense em Gaza, que foi lançada em resposta ao ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, continuou sem pausa durante as negociações. No sábado, pelo menos 15 membros da família Ajlah, incluindo três mulheres e nove crianças, foram mortos em um bombardeio na cidade de Al Zawaida, localizada no centro do território sitiado, de acordo com a Defesa Civil. Testemunhas também relataram bombardeios contra prédios residenciais em Khan Yunis, no sul de Gaza.
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