Igreja Católica e Papa Francisco devem se levantar contra bolsonarismo
Documento que servirá como base para as discussões do Sínodo da Amazônia, evento da Igreja Católia que acontece em outubro, em Roma, coloca católicos e católicas e seu principal líder, o Papa Francisco, em rota de colisão com o governo de Jair Bolsonaro em relação à Amazônia
247 - O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve se preparar para mais uma crise diplomática nos próximos meses. Depois das rusgas com o presidente da França, Emmanuel Macron, a destruição da Amazônia entrará na pauta de um encontro de cúpula da Igreja Católia, com a presença de pesquisadores e líderes indígenas. É o Sínodo da Amazônia, que acontece em outubro em Rome a colocará a Igreja em definitiva rota de colisão com o projeto Bolsonaro.
Segundo reportagem do UOL baseada em documentos conseguidos com exclusividade pelo site, o relatório preparado por bispos e dioceses como base para as discussões do Sínodo da Amazônia, marcado para outubro em Roma traz propostas que representarão maior pressão ao governo, que tem criticado a realização do evento.
"Nos documentos oficiais que circulam entre os religiosos para alimentar o debate, fica claro que a Santa Sé coloca em xeque a atual realidade da exploração econômica da floresta, apresentando-a como uma ameaça para o planeta. Mas é, acima de tudo, o novo papel que a Igreja quer ter na região que causa apreensão nos círculos do poder", escreve a reportagem do UOL.
O texto foi formulado com base em dioceses epalhadas pela Amazônia e darão subsídios para que a Igreja e seu líder, o papa Francisco, tracem a linha de atuação da entidade. Entre as propostas está a de que padres e bispos espalhados pela região abracem as causas sociais, de reforma agrária e ambientais, se distanciando do poder político.
A realização da consulta tem causado preoupação entre os membros do governo. A chancelaria chegou a deixar claro que via com desconforto alguns dos temas da agenda, assim como a forma pela qual foram apresentados.
"Durante os meses de consultas por toda a Amazônia para preparar os documentos de trabalho e a agenda do sínodo, a Santa Sé concluiu que "as comunidades consultadas esperam que a Igreja se comprometa no cuidado da Casa Comum e de seus habitantes, que defenda os territórios e que ajude os povos indígenas a denunciar o que provoca morte e ameaça os territórios", escreve a reportagem.
Ainda espera-se que a Igreja "assuma sem medo a aplicação da opção preferencial pelos pobres na luta dos povos indígenas, das comunidades tradicionais, dos migrantes e dos jovens, para configurar a fisionomia da Igreja amazônica" e ainda "rejeitar a aliança com a cultura dominante e o poder político e econômico, para promover as culturas e os direitos dos indígenas, dos pobres e do território".
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