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    Incêndios florestais em Los Angeles desencadeiam alertas de qualidade do ar e preocupações com a saúde

    Especialistas alertam sobre os impactos de longo prazo na saúde devido à inalação de fumaça

    Chamas consomem estrutura em meio a incêndios gigantescos em Los Angeles 08/01/2025 (Foto: REUTERS/Ringo Chiu)

    Reuters – Nesta semana, à medida que os incêndios avançavam e a fumaça se espalhava por Los Angeles, autoridades emitiram alertas de qualidade do ar, escolas cancelaram aulas e cientistas alertaram sobre as perigosas – e até fatais – consequências da fumaça dos incêndios florestais.

    Por toda a segunda maior cidade dos Estados Unidos, moradores estavam preocupados com o ar que, em alguns momentos, ficou sufocante devido às cinzas, fuligem e fumaça emanadas dos incêndios que destruíram 10.000 estruturas.

    Purificadores de ar se esgotaram em algumas grandes lojas, de acordo com entrevistas com funcionários de quatro estabelecimentos. Alguns moradores estavam vedando janelas para tentar impedir a entrada da fumaça em suas casas. Autoridades de Los Angeles recomendaram que as pessoas permanecessem em locais fechados nas áreas onde a fumaça era visível.

    Embora as condições tenham melhorado na sexta-feira (10), um alerta de qualidade do ar permaneceu em vigor até a noite, e a quantidade perigosa de partículas suspensas no ar continuava cerca de quatro vezes acima das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    No Centro de Convenções de Pasadena, que foi transformado em abrigo temporário, trabalhadores da organização humanitária global CORE, de Sean Penn, distribuíam máscaras N95 na sexta-feira.

    Sunny Lee, gerente de programas de resposta emergencial, disse que as pessoas em situação de rua eram particularmente vulneráveis ao ar ruim."Não havia lugar para elas ficarem em ambientes fechados, então elas estavam sofrendo ainda mais do lado de fora, com a má qualidade do ar, sem nenhum tipo de máscara", disse Lee. "Por isso, distribuímos máscaras N95 por meio de nossos parceiros que atendem essas comunidades. Estamos distribuindo o máximo que podemos.

    Uma névoa persistente 

    Impulsionados por ventos fortes e alimentados por vegetação ressecada após um longo período com pouca ou nenhuma chuva, os incêndios em Los Angeles começaram na terça-feira e já consumiram mais de 34.000 acres (13.760 hectares), ou cerca de 137 km². Em algumas partes da cidade, bairros foram reduzidos a cinzas.

    A fumaça dos incêndios florestais geralmente contém gases tóxicos e partículas que a tornam mais nociva do que a poluição atmosférica comum. Além de plantas, arbustos e árvores, os incêndios também queimam prédios, casas e carros, que contêm plásticos, combustíveis, metais e uma série de produtos químicos.

    Estudos associam a fumaça de incêndios florestais a taxas mais altas de ataques cardíacos, derrames e paradas cardíacas, além de enfraquecer as defesas imunológicas.

    Cientistas ambientais e médicos alertaram que as partículas suspensas no ar representam um perigo para pessoas com doenças pulmonares e cardíacas preexistentes, bem como para idosos e crianças.

    Carlos Gould, cientista ambiental da Universidade da Califórnia em San Diego, disse que a concentração de partículas finas na área de Los Angeles atingiu níveis alarmantes entre 40 e 100 microgramas por metro cúbico no início da semana, antes de cair para cerca de 20 na sexta-feira.

    O máximo recomendado pela OMS é de 5 microgramas por metro cúbico.

    "Os níveis de fumaça de incêndios florestais que vimos em LA nos últimos dias implicam em um aumento de 5-15% na mortalidade diária", disse Gould.

    Subprodutos químicos dos incêndios, especialmente os originados de materiais sintéticos queimados, penetram mais profundamente nos pulmões e podem até entrar na corrente sanguínea, explicou o Dr. Afif El-Hasan, porta-voz da Associação Americana do Pulmão."Se você está fazendo mais esforço para respirar e seu corpo está sendo desafiado dessa forma, isso também pode sobrecarregar o coração. E é por isso que há um aumento nos ataques cardíacos", afirmou El-Hasan.

    Mesmo longe da área imediata dos incêndios, os moradores reclamaram da fumaça. Com os ventos levando a fumaça para o mar, clientes do Potholder Cafe, na comunidade costeira de Long Beach, recusaram-se a sentar-se ao ar livre.

    A gerente Veronica Gutierrez disse que comprou um purificador de ar para sua casa, mas isso pouco ajudou."Definitivamente sentimos o cheiro de queimado", disse Gutierrez.

    Para algumas pessoas em Los Angeles, os riscos não terminarão quando os incêndios forem controlados, alertaram especialistas.

    Justin Gillenwater, diretor de queimados do Los Angeles General Medical Center, previu impactos de longo prazo na saúde devido à inalação de fumaça entre pessoas com condições respiratórias e alergias."Isso é algo que estaremos investigando não apenas por semanas, mas por anos", afirmou ele.

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