Irã anuncia novas diretrizes para seu programa nuclear
Novas centrífugas avançadas são ativadas, em resposta a pressões do Ocidente
247 – Teerã reafirmou sua disposição em expandir seu programa nuclear após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovar uma resolução crítica ao país. Segundo a Agência France Presse (AFP), a medida foi adotada na última quinta-feira, com 19 votos favoráveis, 12 abstenções e três votos contrários — China, Rússia e Burkina Faso. A Venezuela não participou da votação.
No domingo, o presidente do parlamento iraniano, Mohammad Bagher Ghalibaf, anunciou que Teerã ativou novas centrífugas avançadas para enriquecimento de urânio. Ele condenou a resolução como reflexo de uma abordagem “politicamente irrealista e destrutiva” por parte do Ocidente.
“Essas decisões politicamente carregadas e não construtivas forçam países a tomarem medidas fora dos protocolos da AIEA para proteger sua segurança nacional”, declarou Ghalibaf ao parlamento, criticando países como os Estados Unidos por utilizarem o programa nuclear iraniano como pretexto para ações “ilegítimas”.
A resolução, impulsionada por nações como Reino Unido, França e Alemanha, considera o programa nuclear iraniano uma ameaça à segurança internacional. Os EUA reforçaram as críticas, classificando as atividades de Teerã como “profundamente preocupantes”.
Histórico de tensões e resposta iranianaDesde que os EUA abandonaram o acordo nuclear de 2015 — que restringia o programa iraniano em troca de alívio de sanções econômicas — o Irã tem ampliado suas capacidades de enriquecimento de urânio. Segundo Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, o país está próximo do limite necessário para a produção de armamento nuclear.
O embaixador do Irã na AIEA, Mohsen Naziri Asl, descreveu a resolução como “politicamente motivada”. Já o chanceler Abbas Araghchi alertou Grossi, durante visita a Teerã, que haveria uma resposta em caso de aprovação de medidas hostis contra o Irã.
Araghchi reiterou que o Irã está disposto a renegociar o acordo de 2015, mas sob condições que garantam benefícios mútuos.
“Cooperação internacional em energia nuclear deve ser conduzida dentro de um marco não político,” declarou Ghalibaf, exortando os membros da AIEA a resistirem à influência ocidental.O Ocidente acusa o Irã de buscar secretamente armas nucleares, enquanto Teerã insiste no caráter pacífico de seu programa. A controvérsia continua a dividir a comunidade internacional, com países como China e Rússia defendendo uma abordagem mais equilibrada em relação ao programa nuclear iraniano.
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