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    Israel intensifica ataques ao Líbano enquanto EUA e Reino Unido pedem contenção

    Bombardeios israelenses no sul do Líbano atingem múltiplos alvos enquanto Hezbollah desafia ataques e tensões regionais aumentam

    Bombardeiros israelenses (Foto: Reuters)

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    Reuters – Israel lançou, na noite de quinta-feira, 19 de setembro, uma das maiores ofensivas aéreas contra o sul do Líbano em quase um ano, intensificando o conflito com o grupo armado Hezbollah. A operação, que durou mais de duas horas, resultou em cerca de 100 lançadores de foguetes sendo atingidos, de acordo com fontes militares israelenses. Essa escalada ocorre em meio a apelos de países como Estados Unidos e Reino Unido por uma solução diplomática e um cessar-fogo imediato.

    Os ataques foram uma resposta às explosões de dispositivos de comunicação do Hezbollah, ocorridas no início da semana e atribuídas ao serviço de inteligência israelense, Mossad. Essas explosões, que ocorreram em hospitais, mercados e outros locais civis no Líbano, deixaram 37 mortos e feriram cerca de 3 mil pessoas, conforme informações da Reuters.

    O porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que os Estados Unidos estão "preocupados com uma possível escalada" e que uma solução diplomática é urgente. O governo britânico também pediu moderação, solicitando um cessar-fogo imediato entre Israel e Hezbollah.

    Em um discurso televisivo na quinta-feira, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, condenou os ataques, afirmando que "o inimigo ultrapassou todas as linhas vermelhas". Nasrallah descreveu as explosões como "crimes de guerra" e uma "declaração de guerra", intensificando ainda mais a retórica do conflito.

    Nasrallah também desafiou as ações israelenses, afirmando que a entrada de tropas israelenses no sul do Líbano seria uma "oportunidade histórica" para o grupo apoiado pelo Irã. "Nenhuma escalada militar, assassinato ou guerra total fará os moradores israelenses retornarem à área da fronteira", disse ele, sugerindo que a resposta seria devastadora.

    Enquanto isso, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, garantiu que as operações militares continuarão. "Nosso objetivo é garantir o retorno seguro das comunidades do norte de Israel às suas casas. Com o tempo, o Hezbollah pagará um preço cada vez maior", declarou Gallant.

    As tensões entre Israel e o Hezbollah, grupo que se envolve regularmente em confrontos com as forças israelenses desde a guerra de 2006, aumentam a preocupação com uma escalada maior envolvendo outros atores regionais, incluindo o Irã. O comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, reafirmou o apoio ao Hezbollah, alertando que Israel enfrentaria uma "resposta esmagadora" da "eixo da resistência", em referência à aliança de grupos armados pró-Irã na região.

    O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, recorreu à ONU, pedindo uma ação firme do Conselho de Segurança para conter o que chamou de "guerra tecnológica" de Israel. A missão libanesa à ONU atribuiu as explosões dos dispositivos de comunicação a ataques coordenados por Israel por meio de mensagens eletrônicas e explosivos.

    A situação permanece tensa, com o Conselho de Segurança da ONU programado para discutir o conflito em uma reunião na sexta-feira. Especialistas temem que o conflito entre Israel e Hezbollah, que tem sido até agora limitado, possa evoluir para uma guerra de grandes proporções, especialmente com o envolvimento de atores regionais como o Irã.

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