Itamaraty condena ataques de Israel no Líbano e alerta para risco de conflito maior
Número de civis mortos no Líbano subiu para 492, com 1.645 pessoas feridas
247 - Em nota nesta segunda-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores condenou, "nos mais fortes termos", os ataques aéreos israelenses contra áreas civis em Beirute, no Sul do Líbano e no vale do Beqaa, que, somente nesta segunda, causaram ao menos 492 mortes e deixaram mais de 1600 feridos.
O Itamaraty também deplorou as declarações de autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês e expressou "grave preocupação" ante exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões.
"O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis", diz a nota.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram na segunda-feira que atingiram mais de 1.100 alvos do movimento libanês Hezbollah no Líbano nas últimas 24 horas. A Força Aérea de Israel lançou vários ataques nos subúrbios ao sul de Beirute, relataram testemunhas à Sputnik na segunda-feira.
O alvo do ataque israelense foi o alto comandante do Hezbollah, Ali Karaki, informou o Times of Israel, citando informações fornecidas por fontes de segurança à mídia israelense.
O porta-voz das IDF, Daniel Hagari, especificou que os ataques israelenses são direcionados apenas a locais onde o Hezbollah armazena suas armas e munições.
O movimento palestino Hamas, que trava uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza e é um aliado do Hezbollah, afirmou nesta segunda-feira que os ataques aéreos israelenses em massa no sul do Líbano, que mataram centenas de pessoas, constituem um crime de guerra. O Hamas também expressou solidariedade com o povo do Líbano e o movimento Hezbollah.
Entre os dias 17 e 18 de setembro, pagers e walkie-talkies explodiram em várias partes do Líbano, matando mais de 40 pessoas e ferindo quase 3.500 outras. O ataque também foi condenado pelo Itamaraty. Ainda não se sabe o que causou a explosão simultânea de milhares de dispositivos. O Hezbollah e as autoridades libanesas culpam Israel pelas explosões. O presidente israelense, Isaac Herzog, negou o envolvimento do país nos incidentes.
A situação na fronteira israelo-libanesa piorou após o início da operação militar de Israel na Faixa de Gaza em outubro de 2023. O exército israelense e os combatentes do Hezbollah trocam tiros quase diariamente nas áreas ao longo da fronteira.
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