Itamaraty confirma participação de Lula na próxima Cúpula do G7 no Japão
O Brasil poderá incluir temas de seu interesse econômico e comercial nas reuniões do "grupo dos ricos"
247 - O Itamaraty confirmou, nesta sexta-feira (5), a participação do presidente Lula na próxima Cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão, entre os dias 19 e 21 de maio.
O G7 reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. O convite para Lula participar do encontro foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Também foram convidados para a reunião Austrália, Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, República da Coreia e Vietnã.
“O Brasil compartilha valores que congregam os países do G7 – como o fortalecimento da democracia, a modernização econômica e a proteção do meio ambiente e dos direitos humanos – e mantém com seus membros permanente coordenação sobre temas da agenda internacional, seja de forma bilateral, seja no âmbito do G20 e de organismos internacionais nos quais o Brasil e os membros do G7 interagem”, afirmou o ministério em comunicado à imprensa.
De acordo com o jornalista Jamil Chade, diplomatas brasileiros lembram que declarações do G7 são normalmente publicadas sem a chancela dos países participantes, o que poderia gerar embaraços ao Brasil.
Para a cientista política e professora da ESPM Denilde Holzhacker, o Brasil pode influenciar os debates do grupo.
"A grande vantagem é sentar numa mesa de negociações com os principais líderes dos países ocidentais. Isso permite que um país do porte do Brasil consiga ter uma interlocução e consiga influenciar na tomada de decisão", disse Holzhacker à Sputnik Brasil.
Para ela, outra vantagem seria a capacidade de o Brasil incluir temas de seu interesse econômico e comercial nas reuniões do "grupo dos ricos".
"A principal desvantagem é que há pressão em relação a algumas pautas que o governo brasileiro provavelmente não gostaria de sofrer, como na questão ambiental, [....] frente ao conflito na Ucrânia e à aproximação entre Brasil e China", declarou Holzhacker.
Para a especialista, participar dos debates internacionais implica custos políticos e pressões para que o Brasil mude algumas posições que desagradam aos países ocidentais.
"O Brasil deve encarar esses custos e pressões [...], ainda que defenda a autonomia da sua política externa", considerou Holzhacker. "O convite é um reconhecimento do prestígio do Brasil, mas envolve uma lógica de pressão sobre alguns temas que o Brasil defende."
Caso participe da cúpula, o principal desafio do presidente Lula será manter a sua posição de imparcialidade frente ao conflito ucraniano.
Na última declaração conjunta, o G7 se comprometeu a promover "fortes sanções contra a Rússia e o apoio da Ucrânia". Para o Brasil, assinar um documento similar poderia prejudicar a posição de imparcialidade perante o conflito ucraniano. (Com Sputnik Brasil).
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