Itamaraty manifesta "preocupação" com ataques de Israel ao Irã e "condena a escalada do conflito"

247 - O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou um comunicado na manhã deste sábado (26) expressando “preocupação” com os ataques aéreos realizados por Israel contra o Irã. O Itamaraty declarou que “condena a escalada do conflito” e enfatizou a necessidade de contenção para evitar um aprofundamento da crise no Oriente Médio. A nota ainda ressaltou o posicionamento tradicional do governo brasileiro em favor de um cessar-fogo geral na região, apelando à comunidade internacional para que “utilize todos os instrumentos diplomáticos” com o objetivo de conter a situação.

No texto, o Itamaraty também destacou que a Embaixada do Brasil em Teerã está acompanhando de perto os desdobramentos dos ataques, mantendo “contato permanente com os brasileiros no país” para garantir a segurança dos cidadãos que vivem no Irã. 

A ofensiva israelense, reportada pelo jornal Jerusalem Post, envolveu mais de 100 aeronaves, incluindo jatos F-35, e teve como alvo principal instalações de mísseis e sistemas de defesa aérea no território iraniano. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), a operação visou retaliar ataques recentes atribuídos ao Irã, e as aeronaves teriam retornado sem incidentes. O jornalista Barak Ravid, do Axios, detalhou que a ação israelense foi composta por três fases: uma inicial para “cegar” o sistema de defesa do Irã, seguida de ataques a bases de mísseis e drones, com impacto especialmente nas regiões de Teerã e Karaj.

Enquanto fontes iranianas, como a agência ShafaqNA, informaram que nenhum alvo nuclear ou de infraestrutura estratégica foi atingido e que não houve vítimas, o governo iraniano prometeu uma retaliação “proporcional”, segundo a agência Tasnim. Nas cidades de Teerã, Khuzistão e Ilam, locais que sofreram danos limitados, os voos foram temporariamente suspensos, embora, de acordo com a embaixada russa em Teerã, a situação permaneça calma nas grandes cidades.

Além do território iraniano, os ataques israelenses teriam se estendido à Síria, onde a agência estatal SANA informou que as defesas aéreas sírias conseguiram interceptar parte dos mísseis. A primeira fase do bombardeio, segundo a mesma fonte, teria visado radares sírios, com o objetivo de reduzir as capacidades defensivas do Irã.

Em Washington, o governo norte-americano afirmou que não participou do ataque e que a operação israelense se concentrou em alvos militares longe de áreas civis. As autoridades norte-americanas indicaram que estão preparadas para responder a eventuais represálias, mas acreditam que a ação deve conter a escalada, evitando o prolongamento dos confrontos.

O ataque e a resposta iraniana, com promessas de retaliação, aumentam a tensão já delicada na região. Com a reação do Itamaraty, o Brasil se junta a outros países que pedem a pacificação do Oriente Médio e reforçam a importância de negociações diplomáticas diante do recente conflito armado.