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    Jornal russo pergunta por que os EUA financiaram dezenas de laboratórios biológicos na Ucrânia

    Esses centros administrados pelos EUA têm a capacidade de fabricar armas baseadas em bactérias e vírus projetadas para eliminar um grande número de pessoas, diz RT

    (Foto: Sputnik)
    Juca Simonard avatar
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    RT - Com que finalidade o Pentágono financiou dezenas de laboratórios biológicos ao redor da fronteira russa nas últimas décadas? Nessas instalações, as pessoas têm sido usadas para coletar seu material genético ou submetidas a experimentos com patógenos. Esses centros administrados pelos EUA têm a capacidade de fabricar armas baseadas em bactérias e vírus projetadas para eliminar um grande número de pessoas. Haverá alguém que ainda duvide que a ameaça de um ataque biológico seja real?

    Quando falamos de armas de destruição em massa, pensamos em armas nucleares ou químicas e esquecemos que também existem armas biológicas. Nesta edição de 'Documentários' falamos sobre esses tipos de armas e sobre a possibilidade de o Pentágono ter criado dezenas de laboratórios em toda a Rússia que as desenvolvem para atacar diretamente sua população.

    Uma arma biológica é uma arma não seletiva de destruição em massa cujos elementos letais incluem agentes biológicos altamente nocivos, como patógenos, infecções virais extremamente perigosas, e também seus meios de transmissão, por exemplo, aerossóis, insetos e outros vetores capazes de disseminar tais patógenos.

    Segundo Artiom Oganov, doutor em ciências físico-matemáticas, a humanidade utiliza esse tipo de arma há centenas de anos, citando como exemplo as roupas contaminadas com varíola que os europeus deram deliberadamente aos indígenas durante a colonização da América, resultando na morte de tribos inteiras.

    O Esquadrão 731

    Outro caso foi o esquadrão 731, que fazia parte do Exército do Império do Japão, criado em 1932. Em um laboratório localizado em Harbin — hoje cidade chinesa — realizaram experimentos com milhares de pessoas que não consideravam seres humanos, incluindo a inoculação de patógenos causadores de cólera, febre tifóide, antraz e peste, vivissecções e desmembramentos.

    Embora as armas biológicas tenham sido declaradas armas de destruição em massa em 1925, elas continuaram a ser desenvolvidas e usadas nas décadas seguintes, por exemplo, pelos EUA durante a Guerra do Vietnã.

    Após a desintegração da União Soviética, ocorrida em 1991, a Geórgia e a Ucrânia tornaram-se lugares onde, por meio de dinheiro dos EUA, começaram a ser desenvolvidas armas especificamente direcionadas contra a população da Federação Russa, em alguns casos no âmbito de experimentos proibidos.

    "Intenções hostis"

    De fato, em 2005, o governo da Ucrânia, liderado pela então primeira-ministra Yulia Tymoshenko, concordou em assinar um acordo entre o Ministério da Saúde de seu país e o Departamento de Defesa dos EUA para a localização de uma rede de laboratórios biológicos em território ucraniano para garantir a segurança biológica do país norte-americano.

    Nesses centros, os efeitos de diferentes vírus foram investigados especificamente na população do genótipo eslavo, incluindo doenças especialmente perigosas, como a febre da Crimeia-Congo e a leptospirose. 4.000 membros das Forças Armadas da Ucrânia participaram do projeto UP-8.

    “Se alguém com intenções hostis quiser usar armas bacteriológicas, é muito provável que, com base nesse conhecimento sobre a estrutura genética dos patógenos que circulam nos territórios da Ucrânia ou da Rússia, use precisamente as cepas que circulam neles”, explica Alexander Kulichenko, doutor em ciências médicas e diretor do Stavropol Plague Scientific Research Institute, que alerta que poderia levar essas cepas para o exterior para desenvolver uma construção biológica mais patogênica com o objetivo de usá-la como arma biológica.

    O que acontece na Ucrânia?

    Recentemente, a subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, reconheceu que a Ucrânia possui instalações de pesquisa biológica e que Washington está trabalhando com Kiev para evitar que os materiais contidos nelas caiam nas mãos das forças russas que realizam sua operação militar especial no país.

    Na opinião de Nikolai Azarov, que foi primeiro-ministro da Ucrânia de 2010 a 2014, isso significa que "os americanos controlam 100% [Vladimir] Zelensky e todo o seu círculo", a quem ele descreve como "marionetes".

    Segundo Diliana Gaitandzhieva, jornalista freelance búlgara, o Pentágono administra esses laboratórios em 25 países, muitos deles localizados em nações que fazem fronteira com Rússia, China e Irã, de modo que o objetivo dessas investigações não pode ser considerado preventivo, pois não são realizadas em território norte-americano.

    Da mesma forma, ela afirma que os governos da Ucrânia e da Geórgia — que chama de "muito corruptos" — não estão interessados ​​em proteger os interesses de seu povo. "Eles autorizam os EUA a realizar qualquer tipo de experimento com impunidade, mesmo aqueles que representam um perigo letal para a população", denuncia.

    Enquanto isso, o ativista social e jornalista Antón Krasovsky considera que, graças ao fato de que esses fatos vieram à tona nas últimas semanas como resultado da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, uma "guerra bacteriológica global" foi adiada por várias décadas.

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