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    Junta intensifica bombardeios mortais enquanto rebeldes ganham terreno em Mianmar

    Avanços do Exército de Arakan se intensificaram na última semana

    Caças Mig-29; modelo é operado pelo Tatmadaw, as Forças Armadas de Mianmar (Foto: Reuters)
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    247 - A junta militar que governa Mianmar tem retaliado os avanços contínuos dos rebeldes com ataques brutais, incluindo investidas contra civis, segundo denúncias de militantes.

    Os conflitos se intensificaram no país do Sudeste Asiático desde o golpe militar em fevereiro de 2021, que derrubou o governo eleito, mergulhando o país em uma sangrenta crise política.

    Na ofensiva mais recente, ocorrida na última quinta-feira (9), um bombardeio aéreo da junta no estado ocidental de Rakhine — um dos principais focos do avanço rebelde e amplamente controlado pelos militantes — teria matado 40 civis, conforme informou um porta-voz do Exército de Arakan à Associated Press. O ataque provocou um grande incêndio que destruiu cerca de 500 residências, segundo o relato. 

    Até o momento, o exército oficial não respondeu aos pedidos de comentário de agências noticiosas internacionais nem confirmou ações militares na região. A junta rejeita as acusações de cometer atrocidades contra civis, dizendo que combate terroristas. O Exército de Arakan foi designado como terrorista pelo governo em setembro do ano passado. 

    Os ataques ocorrem em meio aos avanços do Exército de Arakan, que se intensificaram na última semana, com a tomada de uma estratégica estação de petróleo e gasodutos no estado, além do fechamento de uma importante fábrica de armas pertencente aos militares. Recentemente, os militantes também afirmaram ter capturado o quartel-general do Comando Ocidental do regime militar, localizado na cidade de Ann, em Rakhine, no que seria o segundo comando militar regional a cair nas mãos de rebeldes étnicos budistas em cinco meses.

    O Exército de Arakan conquistou recentemente o controle de 15 dos 17 municípios do estado ocidental de Rakhine, uma região marcada por divisões étnicas e pela presença significativa da minoria muçulmana rohingya, que, segundo a ONU, é alvo de uma campanha de limpeza étnica. As denúncias de violações de direitos humanos antecedem o próprio golpe de 2021. 

    Os militantes, que compõem braço armado da Liga Unida de Arakan, declaram que seu objetivo é estabelecer uma região autônoma no estado de Rakhine, onde a população muçulmana conviva ao lado da comunidade budista. A Liga Unida de Arakan atua como a principal organização política que representa o povo budista da região. Apesar de o Exército de Arakan e a Liga Unida de Arakan tentarem demonstrar uma frente unificada com os muçulmanos rohingya, ambos já foram acusados no passado de reprimir essa minoria. 

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