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    Lavrov compara Macron a Napoleão e Hitler e condena "ameaça direta" da França à Rússia

    Chanceler russo chamou de “delirantes” as afirmações do presidente francês sobre uma suposta preparação da Rússia para guerrear com a Europa

    Chanceler russo, Sergey Lavrov, participa de reunião do G20 no Rio de Janeiro 21/02/2024 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, classificou como uma "ameaça direta" as recentes declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de utilizar armas nucleares para defender a Europa da Rússia. Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (6), Lavrov comparou Macron a Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler, acusando-o de tentar justificar uma guerra contra Moscou.

    “Ao contrário de seus antecessores que também queriam lutar contra a Rússia, Napoleão e Hitler, o senhor Macron não é muito elegante, porque aqueles disseram diretamente: ‘é preciso conquistar a Rússia, é preciso vencer a Rússia’. Ele [Macron] quer provavelmente o mesmo, mas por alguma razão diz que é necessário lutar com a Rússia para que ela não vença a França, que a Rússia cria uma ameaça à França e à Europa”, afirmou Lavrov.

    De acordo com informações da Sputnik, Macron declarou que a Rússia representa uma "ameaça" tanto para a França quanto para a Europa e que seria necessário discutir o uso do arsenal nuclear francês para proteger o continente. A posição do líder francês foi imediatamente rechaçada por Moscou.

    “Claro que isso é uma ameaça para a Rússia. Se ele [Macron] nos considera uma ameaça, convoca uma reunião com os chefes de Estado-Maior da Europa e do Reino Unido, diz que é necessário usar armas nucleares e se prepara para utilizá-las contra a Rússia, isso é, sem dúvida, uma ameaça”, declarou Lavrov.

    O chanceler russo também criticou as recentes declarações de Macron de que a Rússia estaria se preparando para uma guerra contra a Europa, chamando tais afirmações de "delirantes". Ele ressaltou que o presidente russo, Vladimir Putin, sempre se manteve aberto ao diálogo e que o líder francês teria total liberdade para contatá-lo diretamente. "Macron periodicamente declara que irá ligar para Putin e conversar com ele. Ninguém impede isso", disse Lavrov.

    Outro ponto abordado pelo ministro russo foi a discussão sobre a possibilidade de implantação de tropas de paz europeias na Ucrânia. Segundo Lavrov, Moscou não vê espaço para um compromisso nessa questão, afirmando que tais discussões têm "propósitos abertamente hostis".

    As relações entre a Rússia e o Ocidente estão em um momento particularmente delicado. A suspensão do repasse de informações de inteligência dos Estados Unidos para a Ucrânia foi vista por Lavrov como uma confirmação de que Washington e outros países ocidentais fornecem dados diretamente a Kiev para ataques em território russo. O chanceler russo argumentou que, sem esse apoio, a Ucrânia não teria condições de realizar ofensivas de longo alcance.

    Por fim, Lavrov sugeriu que a interrupção da ajuda militar dos EUA à Ucrânia poderia acelerar o fim do conflito. Ele citou uma declaração do ex-chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que teria dito que a guerra na Ucrânia poderia terminar rapidamente caso o apoio militar fosse suspenso. "Nós concordamos com essa avaliação", concluiu o chanceler russo.

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