TV 247 logo
    HOME > Mundo

    Lula defende mediação conjunta com China e Emirados Árabes para o fim da guerra na Ucrânia

    "É importante criar um outro tipo de G20 para colocar um fim a essa guerra e estabelecer a paz. É essa a minha intenção", disse Lula antes de deixar os Emirados Árabes Unidos

    Lula e o Xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan (Foto: Ricardo Stuckert)

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    RFI - O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, indicou neste domingo (16) ter discutido com a China e os Emirados Árabes Unidos uma mediação conjunta para tentar negociar um fim à guerra na Ucrânia. A declaração foi feita durante conversa com jornalistas em Abu Dhabi, encerrando a rápida visita do líder petista ao país.

    "O presidente Putin não toma nenhuma iniciativa para parar a guerra. [O presidente] Zelensky não toma nenhuma iniciativa para parar a guerra", afirmou Lula. "A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação da guerra. Eles devem se sentar em torno de uma mesa e dizer: chega", reiterou o presidente brasileiro.

    Na véspera, em Pequim, ao embarcar em direção a Abu Dhabi, após uma visita oficial à China, o líder petista já havia criticado a postura dos Estados Unidos no conflito e sugerido que tanto Washington quanto os líderes europeus devem “começar a falar em paz”.

    Nos Emirados, Lula voltou a declarar que a guerra ocorre devido à "decisões tomadas pelos dois países", referindo-se à Rússia e à Ucrânia. Por isso, afirmou que pediu ao xeique Mohammed bin Zayed Al-Nahyane e ao presidente chinês, Xi Jinping, a criação de um grupo de nações que empreendam uma missão mediadora.

    "O G20 foi formado para dinamizar a economia mundial que estava em crise", lembrou Lula. "Agora é importante criar um outro tipo de G20 para colocar um fim a essa guerra e estabelecer a paz. É essa a minha intenção e penso que vamos conseguir [colocá-la em prática]", reiterou.

    O líder petista garante ter discutido sua iniciativa com o presidente americano, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e dirigentes sul-americanos. 

    Visita "frutuosa" aos Emirados

    O Brasil e os Emirados Árabes Unidos concluíram no sábado (15) uma série de acordos em matéria de luta contra as mudanças climáticas e combustíveis verdes. O presidente brasileiro classificou a visita a Abu Dhabi como "muito frutuosa" após o encontro com o xeique Mohammed ben Zayed Al-Nahyane.

    Em um comunicado comum, os dois países indicaram ter abordado questões como comércio, tecnologia, defesa, aviação e segurança alimentar. Um dos compromissos anunciados prevê um investimento de até € 2,5 bilhões em um projeto de biodiesel na refinaria Mataripe, na Bahia, controlada pelos Emirados Árabes Unidos.

    Dubai deve acolher a COP28 no final deste ano e o Brasil é candidato à organização do evento em 2025. Os dois países anunciaram que trabalharão juntos para "encorajar uma ação climática ambiciosa" no resto do mundo. 

    Essa foi a segunda viagem de Lula aos Emirados como chefe de Estado; a primeira visita ocorreu em 2003, durante seu primeiro mandato como presidente. Sua chegada ao palácio presidencial no sábado foi marcada por uma salva de 21 tiros de canhão. À noite, o líder petista participou do "iftar", a ceia que marca o fim do jejum diurno durante o Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.

    O presidente brasileiro deixou Abu Dhabi nesta manhã e chega no início da tarde deste domingo em Lisboa. De lá viaja ainda hoje de volta para Brasília.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: