Lula fala pelo Sul Global na ONU e diz que países emergentes não querem repetir modelo poluente de desenvolvimento
Presidente disse ser necessário levar em conta as "desigualdades históricas" no enfrentamento da crise climática
247 - O presidente Lula (PT) discursou nesta terça-feira (19) na abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e assumiu o papel de representante do chamado ‘Sul Global’. Ele afirmou que os países emergentes não querem repetir o modelo poluente de desenvolvimento adotado anos atrás pelas nações mais ricas e cobrou colaboração para a preservação das florestas. Ele disse ser necessário levar em conta as "desigualdades históricas" no enfrentamento da crise climática.
"Agir contra a mudança no clima implica pensar no amanhã e enfrentar as desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumo e a implantação do que já foi acordado. Não é por outra razão que falamos em responsabilidades comuns mas diferenciadas. São as populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança no clima. Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo. No Brasil já provamos uma vez, e vamos provar de novo, que um modelo ambientalmente justo e sustentável é possível. Estamos na vanguarda da transição energética. Nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo. 87% da nossa energia vem de fontes limpas e renováveis. A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol, biodiesel cresce a cada ano. É enorme o potencial do hidrogênio verde. Com o plano de transformação ecológica, apostaremos na industrialização e infraestrutura sustentáveis. Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate aos crimes ambientais. Ao longo dos últimos oito meses o desmatamento na Amazônia já foi reduzido em 48%. O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, é a Amazônia que está falando por si mesma. Sediamos há um mês a Cúpula de Belém no coração da Amazônia e lançamos uma nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma. Somos 58 milhões de sul-americanos, amazônidas, cujo futuro depende das ações coordenadas dos países que detêm soberania sobre os territórios da região", declarou.
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