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Macron diz que Israel "semeia a barbárie" e anuncia ajuda internacional bilionária ao Líbano

"Não tenho certeza de que se defende uma civilização quando você próprio semeia a barbárie", afirmou o presidente francês, em resposta a Benjamin Netanyahu

Emmanuel Macron | Benjamin Netanyahu (Foto: REUTERS/Sarah Meyssonnier/Pool | REUTERS/Amir Cohen)

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247 - O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou Israel ao afirmar que o país "semeia a barbárie", em uma conferência realizada nesta quinta-feira (24) em Paris, informa a Folha de S. Paulo. A declaração veio como uma resposta à recente fala do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que, em entrevista ao canal francês CNews, descreveu o atual conflito como uma "guerra da civilização contra a barbárie", pedindo apoio da França a Israel.

Macron, por sua vez, rejeitou essa visão em seu discurso. "Nos últimos dias, tem-se falado muito em 'guerra de civilizações' ou que 'é preciso defender a civilização'. Não tenho certeza de que se defende uma civilização quando você próprio semeia a barbárie", afirmou o presidente francês, sem mencionar diretamente o premiê israelense, mas deixando clara sua crítica.

A conferência, convocada pelo próprio Macron, reuniu cerca de 70 delegações governamentais e 15 organizações internacionais com o objetivo de angariar fundos para aliviar a crise humanitária no Líbano, fortemente impactado pelo conflito na região. Durante o evento, foi anunciada uma ajuda internacional de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,7 bilhões) para o país. O montante será destinado principalmente à assistência a cerca de um milhão de deslocados, garantindo alimentação, saúde e educação, além de apoiar as Forças Armadas Libanesas (LAF), que são consideradas fundamentais para a estabilidade interna.

Dentre os US$ 1 bilhão arrecadados, US$ 300 milhões foram garantidos pelos Estados Unidos. Além disso, US$ 200 milhões serão direcionados diretamente às LAF, que desempenham papel crucial na implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. A resolução, que remonta a 2006, exige que o sul do Líbano permaneça livre de tropas e armamentos que não sejam os do Estado libanês.

Macron fez um apelo claro por um cessar-fogo na região. "Mais danos, mais vítimas, mais ataques não trarão o fim do terrorismo ou a garantia de segurança para todos", disse, segundo a agência Reuters. Seu ministro das Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot, também reforçou a mensagem, pedindo diretamente a Israel que suspenda as hostilidades e busque a diplomacia. "A mensagem é simples: cesse o fogo!", declarou Barrot.

No entanto, apesar dos apelos por um cessar-fogo, os conflitos continuam intensos. Durante o mesmo dia da conferência, três soldados libaneses foram mortos em um ataque israelense na fronteira entre os dois países, agravando ainda mais a situação.

Embora a conferência tenha alcançado um montante significativo de ajuda, a ausência de figuras de alto escalão dos EUA, como o secretário de Estado Antony Blinken, lançou dúvidas sobre a possibilidade de uma trégua iminente. Com a aproximação das eleições norte-americanas, a influência diplomática de Washington na região parece mais limitada.

O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, fez um apelo desesperado, destacando a gravidade da situação. "A tempestade que estamos presenciando carrega as sementes de uma destruição total", alertou Mikati, pedindo mais pressão internacional sobre Israel.

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