Blinken pede que Israel aproveite assassinato do líder do Hamas e encerre guerra em Gaza
Israel, porém, não deu sinais de abrandar suas campanhas em Gaza e no Líbano, mesmo após assassinar vários líderes do Hamas e Hezbollah
Reuters - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pressionou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em conversas nesta terça-feira, para que o país capitalize o assassinato do líder do Hamas para garantir a libertação dos reféns dos ataques de 7 de outubro e encerre a guerra em Gaza.
Após várias tentativas fracassadas de intermediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, Blinken faz sua 11ª viagem ao Oriente Médio desde que a guerra em Gaza começou – e a última antes de uma eleição presidencial que pode alterar a política dos EUA.
Blinken também busca maneiras de diminuir o conflito crescente entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, no qual, na última noite, pelo menos 18 pessoas foram mortas, incluindo quatro crianças, e 60 feridas por um ataque aéreo israelense perto do principal hospital estatal de Beirute.
Blinken enfrenta uma dura batalha nas duas frentes.
Ele detalhou as esperanças dos EUA de que a morte do líder do Hamas Yahya Sinwar – acusado de desencadear um ano de guerra devastadora ao planejar o ataque mortal de militantes de Gaza em território israelense em 7 de outubro do ano passado – proporcionaria uma nova oportunidade para a paz.
“O secretário destaca a necessidade de capitalizar a ação bem-sucedida de Israel de levar Yahya Sinwar à justiça, garantindo a libertação de todos os reféns e encerrando o conflito em Gaza de forma que proporcione segurança duradoura tanto para israelenses quanto para palestinos”, disse o departamento de Estado dos EUA em comunicado sobre as reuniões em Jerusalém.
Em um comunicado emitido por seu gabinete, Netanyahu afirmou que a eliminação de Sinwar “pode ter um efeito positivo no retorno dos reféns, na conquista de todos os objetivos da guerra e no dia seguinte à guerra”.
Não houve menção, contudo, a um possível cessar-fogo após um ano de guerra, na qual as capacidades militares do Hamas foram bastante prejudicadas e Gaza foi em grande parte reduzida a escombros, com a maior parte de 2,3 milhões de palestinos desabrigados.
Os aliados ocidentais de Israel veem a morte de Sinwar como um possível avanço ao proporcionar ao governo de extrema-direita de Netanyahu uma saída política para afirmar que seus objetivos foram alcançados em Gaza.
Mas Israel garante que não interromperá os combates até que o grupo militante palestino seja completamente destruído como força militar e entidade governante em Gaza.
Do seu lado, o Hamas se recusou a libertar dezenas de reféns em Gaza, capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, sem uma promessa israelense de encerrar a guerra e se retirar do território.
Mas enquanto Blinken estava reunido com líderes israelenses, o Hezbollah descartou negociações enquanto os combates continuassem com Israel e reivindicou o ataque de drone que teve como alvo a casa de férias de Netanyahu no sábado.
Em seu comunicado, Netanyahu também disse que era necessária uma mudança na situação política e de segurança no Líbano que permitisse aos israelenses retornarem com segurança para as casas que estavam sob ataque de foguetes do Hezbollah.
Até agora, Israel não deu sinais de abrandar suas campanhas em Gaza e no Líbano, mesmo após assassinar vários líderes dos aliados do Irã, Hamas e Hezbollah, que perdeu seu poderoso secretário-geral Hassan Nasrallah em um ataque aéreo em 27 de setembro.
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