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    Mais de 100 ex-oficiais republicanos chamam Trump de ‘inapto para servir’ e apoiam Kamala Harris

    Grupo bipartidário de ex-funcionários de segurança nacional endossa a candidata democrata Kamala Harris à presidência

    Donald Trump e Kamala Harris (Foto: Reuters)

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    247 – Mais de 100 ex-oficiais republicanos de segurança nacional e política externa se uniram para endossar a candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos. Em uma carta aberta divulgada nesta quarta-feira, o grupo declarou que Donald Trump, ex-presidente e principal adversário na corrida eleitoral, é “inapto para servir” mais um mandato na Casa Branca.A carta, publicada pelo The Guardian, inclui assinaturas de ex-integrantes das administrações dos presidentes republicanos Ronald Reagan, George H. W. Bush, George W. Bush e do próprio Trump, além de ex-funcionários das gestões democratas de Bill Clinton e Barack Obama. Entre os signatários, destacam-se antigos membros do Congresso republicano, assim como personalidades do alto escalão de órgãos de defesa e inteligência.

    “Cremos que o presidente dos Estados Unidos deve ser um líder sério, firme e com princípios”, afirmam os ex-funcionários no documento. “Embora esperemos discordar de Kamala Harris em várias questões de política interna e externa, acreditamos que ela possui as qualidades essenciais para ocupar a presidência, enquanto Donald Trump não. Por isso, apoiamos sua eleição.”

    Entre os signatários de destaque estão os ex-secretários de Defesa William Cohen e Chuck Hagel, que serviram nos governos de Clinton e Obama, respectivamente. Além deles, William Webster, ex-diretor da CIA e do FBI, que atuou nas administrações de Reagan e do primeiro Bush, e Michael Hayden, ex-diretor da CIA e da NSA, que trabalhou sob os governos de George W. Bush e Obama, também endossaram o apoio.

    A carta apresenta duras críticas ao mandato de Trump, mencionando que, como presidente, ele promoveu “caos diário no governo, elogiou nossos inimigos e minou nossos aliados, politizou o exército e desrespeitou nossos veteranos, priorizou seus interesses pessoais em detrimento dos interesses americanos e traiu nossos valores, a democracia e a Constituição deste país.”

    Os ex-funcionários destacam ainda o papel de Trump no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e sua “susceptibilidade à adulação e manipulação” por líderes autoritários como Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China. Eles também mencionam a “caótica tomada de decisões” de Trump na área de segurança nacional como evidência de sua inadequação para o cargo.

    Por outro lado, o grupo elogiou Harris por seu apoio à OTAN, a Israel, e seu compromisso em assinar o pacote bipartidário de segurança fronteiriça que foi bloqueado pelos republicanos. Outro ponto positivo destacado foi a promessa da candidata democrata de nomear um republicano para sua administração, o que reforça sua capacidade de dialogar com diferentes espectros políticos.

    Entre os ex-funcionários do governo Trump que assinaram a carta estão Mark Harvey, ex-assistente especial do presidente, e Elizabeth Neumann, ex-secretária assistente de Segurança Interna.

    Nas últimas semanas, alguns republicanos têm cruzado as linhas partidárias para apoiar Kamala Harris. Uma dessas vozes é a de Barbara Comstock, ex-representante da Virgínia, que, em entrevista à CNN, justificou sua decisão: “Após o 6 de janeiro, depois que Donald Trump se recusou por quatro anos a reconhecer que perdeu [a eleição de 2020], e suas ameaças contra a democracia, acho que é importante virar a página.”

    Outros republicanos notáveis que se posicionaram a favor de Harris incluem Alberto Gonzales, ex-procurador-geral sob a administração de George W. Bush, Adam Kinzinger, ex-representante de Illinois, e os antigos funcionários de Trump, Stephanie Grisham, ex-secretária de imprensa, e Anthony Scaramucci, ex-diretor de comunicações.

    Essa ampla manifestação de apoio de ex-republicanos pode ser um fator decisivo nas eleições deste ano, reforçando o crescente movimento de eleitores de centro-direita insatisfeitos com o retorno de Trump à corrida presidencial.

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