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    Manifestações contra o racismo tomam Reino Unido após tumultos da extrema-direita

    Manifestantes eram formados por muçulmanos, grupos antirracistas, sindicatos, organizações de esquerda e moradores locais

    Manifestação contra distúrbios anti-imigração, em Londres (Foto: REUTERS/Chris J Ratcliffe)

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    LONDRES (Reuters) - Milhares de policiais e manifestantes contra o racismo tomaram nesta quarta-feira as ruas do Reino Unido para desafiar encontros de grupos de extrema-direita que fracassaram em se organizar após mais de uma semana de ataques racistas contra muçulmanos e imigrantes.

    O país foi sacudido por uma série de distúrbios que surgiram nesta semana depois que três garotas foram assassinadas em um ataque a facas em Southport, no noroteste da Inglaterra, causando assim uma onda de mensagens falsas na internet, associando erroneamente o suposto assassino a um imigrante islâmico.

    Postagens online diziamn que manifestantes de extrema-direita e antimuçulmanos atacariam nesta quarta-feira uma série de centros de imigração e de apoio aos imigrantes, além de escritórios de advocacia especializados na assistência a eles. Muitos comerciantes fecharam as suas portas mais cedo. Algumas lojas chegaram a tapar suas janelas.

    Os relatos provocaram o destacamento de milhares de policiais, além do ajuntamento de milhares de manifestantes em cidades como Londres, Bristol, Birmingham, Liverpool e Hastings, com faixas que diziam “Combata o racismo”, “Parem a extrema-direita” e “Troquemos racistas por refugiados”.

    Os manifestantes eram formados por muçulmanos, grupos antirracistas, sindicatos, organizações de esquerda e moradores locais alarmados com os tumultos que foram vistos no país.

    Às 21h (horário local) não havia relatos de desordens graves. A polícia informou que 50 pessoas em Croydon, no sul de Londres, atiraram garrafas e tentaram causar tumulto.

    O lixeiro Stetson Matthew, de 64 anos, que se juntou a milhares de manifestantes no nordeste de Londres, disse que as pessoas tinham o direito de se manifestar, mas que culpar minorias étnicas colocava o país em uma posição delicada.

    “Todos têm o direito de fazer o que precisam, mas também devem expressar sua voz de forma pacífica, amigável, sem estresse ou violência”, afirmou.

    Os tumultos no país começaram na semana passada, quando centenas de pessoas — em sua maioria, homens — entraram em confronto com a polícia e quebraram janelas de hotéis que abrigavam africanos, asiáticos e pessoas naturais do Oriente Médio em busca de asilo, gritando “expulsem-nos” e “parem os barcos”, uma referência aos que chegam ilegalmente ao Reino Unido em pequenas embarcações.

    Os agitadores também atacaram mesquitas com pedras, fazendo com que organizações muçulmanas emitissem alertas de segurança para a comunidade.

    O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ex-promotor que enfrenta sua primeira crise desde a vitória na eleição de 4 de julho, alertou os manifestantes violentos de que eles podem sofrer longas condenações à cadeia.

    “Essa é a ação assertiva que estamos promovendo. Se você provocar desordem violenta nas nossas ruas ou na internet, enfrentará a força total da lei”, disse.

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