Mauro Vieira critica protecionismo comercial e defende parcerias no BRICS em moedas locais após ameaça de Trump
Um dos objetivos do Brasil no BRICS é criar uma nova arquitetura financeira menos dependente do dólar
247 - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou nesta terça-feira (25) que a ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial fracassou, observando que, em termos de segurança, há "um aumento alarmante das crises humanitárias, conflitos armados".
Na esfera econômica, ele alertou contra o processo de "desglobalização". "Políticas protecionistas, fragmentação comercial, barreiras não econômicas e a reconfiguração das cadeias de suprimentos ameaçam aprofundar as desigualdades globais", criticou, durante a primeira reunião de sherpas do BRICS sob a presidência brasileira, no Palácio do Itamaraty.
Nesse sentido, Vieira defendeu que o BRICS se fortaleça e resista à fragmentação com políticas inovadoras. "O BRICS deve resistir a essa fragmentação e advogar por um sistema de comércio multilateral aberto, justo e equilibrado — que atenda às necessidades do Sul Global e promova uma ordem econômica verdadeiramente multipolar", disse, mencionando a necessidade de uma reforma na arquitetura financeira global.
"Apesar de nossa contribuição significativa para a economia global, o comércio entre os países dos BRICS ainda está muito aquém de seu potencial. Nossa presidência se concentrará em maneiras de aumentar os fluxos comerciais, tanto explorando medidas de facilitação de comércio quanto estimulando instrumentos de pagamento em moedas locais", finalizou.
O uso de moedas locais é um ponto delicado para a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Trump afirmou na última sexta-feira (21) que ameaçou os países do BRICS com tarifas de 150% caso criassem uma alternativa ao dólar dos EUA, o que, segundo ele, os fez desistir da ideia.
Brasília sedia, nos dias 24 e 25 de fevereiro, a primeira reunião de sherpas do BRICS sob a presidência brasileira, com a presença de representantes dos 11 países que compõem o grupo.
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