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    Mídia chinesa analisa impulso e rápida ascensão do Sul Global em 2024

    Nos próximos cinco anos, o PIB mundial crescerá em 55 trilhões de dólares americanos, 70% dos quais virão do Sul Global, segundo a ONU

    Cúpula do BRICS em Kazan, Rússia (Foto: Alexander Nemenov/Pool via Reuters)

    Xinhua - Em 2024, o cenário global passou por grandes transformações, marcadas por vários desafios e conflitos. Em meio a essas mudanças, o Sul Global surgiu com um ímpeto notável, exercendo uma influência crescente no progresso humano.

    Com o poder econômico em expansão e a crescente influência política, o Sul Global deixou de ser um conceito muito discutido para virar uma firme força motriz que molda ativamente a política internacional. Sendo assim, quais são os principais fatores por trás de seu rápido aumento?

    O termo "Sul Global" foi cunhado pela primeira vez em 1969 pelo ativista político americano Carl Oglesby em seu artigo sobre a Guerra do Vietnã. Hoje, virou uma palavra da moda proeminente, representando um grupo diverso de nações em desenvolvimento avançando em direção à modernização e defendendo uma estrutura financeira e política global mais equitativa.

    No ano passado, vários momentos importantes ressaltaram essa tendência.

    Em julho, a Bielorrússia foi oficialmente recebida como o 10º membro da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), aumentando a capacidade dessa organização para a cooperação regional e influência no cenário global.

    Em setembro, a ONU adotou o Pacto para o Futuro na Cúpula do Futuro em Nova York. O pacto respondeu a duas preocupações principais dos países do Sul Global: a implementação da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável e a demanda por melhor representação nas instituições de governança global.

    No mesmo mês, a 11ª edição do Fórum Xiangshan de Pequim, um fórum de segurança e defesa de alto nível na Ásia-Pacífico, também deu importância ao Sul Global ao oferecer aos países em desenvolvimento menores uma plataforma para abordar suas preocupações de segurança e desenvolvimento.

    Em outubro, a primeira cúpula presencial do BRICS desde a expansão histórica do bloco foi realizada em Kazan, Rússia, após a reunião essencial do ano anterior em Joanesburgo, África do Sul. Na cúpula de Kazan, um consenso foi alcançado para convidar um novo grupo de países para virarem nações parceiras do BRICS, o que promoveu ainda mais o desenvolvimento do grupo.

    Em novembro, a 31ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC e a 19ª Cúpula do G20 foram realizadas consecutivamente no Peru e no Brasil. A África do Sul está pronta para assumir a presidência do G20 em 2025, marcando quatro mandatos consecutivos sem precedentes de presidência do G20 por países do Sul Global. Enquanto isso, a China está pronta para sediar a cúpula da APEC em 2026.

    Tudo isso mostra que o anteriormente marginalizado Sul Global emergiu como um dos principais impulsionadores da agenda internacional.

    Crescente força econômica 

    A ascensão do Sul Global pode ser atribuída a vários fatores, com sua crescente influência econômica em primeiro plano. Apesar de uma lenta recuperação econômica global, as nações do Sul Global garantiram um crescimento econômico estável e mostraram notável resiliência.

    Um relatório do Fundo Carnegie para a Paz Internacional revelou que, desde 2000, a participação do G7 no PIB global, medida pela paridade do poder de compra, caiu de 43 para 30%, enquanto a dos cinco países originais do BRICS aumentou de pouco mais de 21% para quase 35.

    De acordo com as Perspectivas Econômicas Africanas do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento, o continente manterá sua classificação de 2023 como a segunda região de crescimento mais rápido em 2024 e 2025. A recuperação no crescimento médio da África inclui um aumento para 3,7% em 2024 e 4,3% em 2025, excedendo a média global projetada de 3,2%.

    "Nos próximos cinco anos, o PIB mundial crescerá em 55 trilhões de dólares, 70% dos quais virão do Sul Global", disse a secretária-geral de Comércio e Desenvolvimento da ONU, Rebeca Grynspan, na Cúpula do G20, observando que isso equivale ao tamanho da economia global duas décadas atrás, quando o G20 foi fundado.

    Essa mudança econômica andou juntamente com uma demanda crescente do Sul Global para reformar a governança econômica global a fim de refletir melhor suas aspirações de desenvolvimento.

    Em uma declaração emitida na cúpula de 2024, os líderes do BRICS concordaram em desenvolver conjuntamente o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) em um novo tipo de banco multilateral de desenvolvimento no século 21. Eles também se comprometeram a apoiar a expansão adicional da associação ao NBD e a agilizar a consideração de aplicações de países do BRICS em linha com a Estratégia Geral do NBD e políticas relacionadas.

    Além de acolher "o uso de moedas locais em transações financeiras entre países do BRICS e seus parceiros comerciais", os líderes do BRICS também encorajaram o avanço de uma Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do BRICS, projetada para fortalecer as redes bancárias dentro do BRICS para facilitar as liquidações comerciais entre os países membros.

    Objetivos compartilhados 

    A mídia ocidental e os think tanks há muito argumentam que os diversos desafios e as circunstâncias distintas enfrentadas pelos países do Sul Global dificultam a união e a formação de uma frente coesa.

    No entanto, o surgimento de nações do Sul Global como atores políticos significativos no ano passado ressalta como objetivos políticos comuns os capacitaram a colaborar e afirmar maior influência.

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