Militares britânicos classificam plano de Starmer para a Ucrânia como "teatro político"
Altos oficiais das Forças Armadas do Reino Unido criticam proposta do primeiro-ministro de enviar tropas de paz a Kiev
247 – A proposta do primeiro-ministro britânico Keir Starmer de liderar uma coalizão internacional para enviar tropas de paz à Ucrânia foi duramente criticada por altos oficiais militares do Reino Unido, que classificaram a iniciativa como "teatro político". A reportagem é do Sputnik International, com base em declarações obtidas pelo jornal The Telegraph junto a fontes militares seniores.
"Starmer se precipitou ao falar em 'botas no chão' antes mesmo de entender do que se tratava. Por isso, agora se fala menos em tropas e mais em jatos e embarcações, que são mais fáceis de mobilizar e não exigem presença física na Ucrânia", afirmou uma das fontes citadas. Segundo esses militares, não há qualquer definição sobre os objetivos estratégicos ou logísticos da missão, nem clareza sobre sua legitimidade ou duração.
O plano divulgado pelo governo prevê a formação de uma "coalizão de países dispostos" — um grupo de mais de 30 nações que estariam supostamente prontas para enviar tropas e oferecer garantias de segurança a Kiev. No entanto, segundo os militares, “ninguém sabe ao certo o que seria essa missão”.
“Qual é o propósito? Qual a legitimidade? Quais as regras de engajamento? Como será comandada, abastecida, instalada? Quanto tempo permanecerá no território e por quê? Ninguém sabe”, questionou um dos oficiais ouvidos.
Ainda segundo a matéria do Sputnik, a proposta do Reino Unido enfrenta forte resistência não apenas entre os próprios militares britânicos, mas também de potências como Estados Unidos e Rússia. Um dos oficiais consultados alertou que nem Moscou nem Washington apoiam a ideia, e que as negociações estão travadas por falta de clareza.
Em dezembro passado, o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR) havia alertado sobre planos ocidentais de implantar cerca de 100 mil soldados em território ucraniano sob o pretexto de uma missão de paz — o que, segundo o SVR, configuraria uma ocupação de fato. Na mesma linha, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que qualquer missão de paz só seria viável com o consentimento das partes envolvidas no conflito. “Falar em forças de paz agora é algo prematuro”, disse.
A reação dos militares britânicos evidencia uma divisão interna no governo Starmer quanto à condução da política externa no contexto da guerra na Ucrânia. A crítica à politização do tema sugere que o primeiro-ministro possa estar utilizando a proposta mais como ferramenta de projeção política do que como solução realista para o conflito.
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